AS DEMOLIÇÕES DE PARIS: A MODERNIDADE EM “ROCAMBOLE” (1857-1870)
DOI:
https://doi.org/10.5380/his.v64i2.44606Palavras-chave:
Rocambole, Paris, CivilizaçãoResumo
Com base na leitura do romance de folhetim Rocambole, o presente artigo pretende analisar as transformações da cidade de Paris durante o II Império de Napoleão III, investigando as representações do processo civilizador oitocentista, da experiência burguesa, bem como as relações entre a cidade e o enredo da obra. Pensar, a partir da narrativa folhetinesca, de que maneira a experiência urbana foi vivenciada na Paris moderna, cenário das aventuras de Rocambole. Representada pelo autor Ponson du Terrail como a “babilônia moderna”, a capital francesa foi ela mesma um personagem importante da trama. A vida urbana representada pelo autor compreende a circulação pelas paisagens parisienses tanto dos bairros ricos e nobres, quanto dos subúrbios assolados pela miséria. O conceito de civilização que norteia esta pesquisa baseia-se na ideia de que o indivíduo moldou seu comportamento em resposta às demandas criadas pelas transformações que marcaram o século XIX. As transformações que caracterizaram o período, relacionadas à ideia de progresso, resultaram na construção do conceito de modernidade enquanto desenvolvimento do pensamento burguês nas esferas pública e privada. Porém, o preço desse enriquecimento da sensibilidade pessoal vivenciado a partir da cidade significava o afastamento dos confortos psicológicos da tradição e de qualquer sentido de participação em um todo social integrado. Os personagens de Rocambole vivenciam todas essas experiências modernas de maneira distinta, e representam as contradições presentes na sociedade e na cidade de Paris.
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