Open Journal Systems

LER, CONTAR E ESCREVER: EDUCAÇÃO E LIVROS NO RIO DE JANEIRO JOANINO (1808-1821)

Lucia Maria Bastos Pereira das Neves

Resumo


No contexto da vinda da família real portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808, era prioridade a criação de uma sociedade ilustrada, que diferisse daquela predominantemente oral e iletrada que habitava as terras distantes da colônia, agora sede do Império. Sabe-se hoje com segurança que, como resultado, a instalação de um aparelho adminis- trativo da Coroa na América permitiu uma certa modernização do Rio de Janeiro de acordo com padrões europeus. A proposta desse artigo é então a de analisar as políticas do governo de D. João, que, por meio das licenças para a criação de colégios e poucas escolas superiores, bem como dos livros que saíam da Impressão Régia, contribuíram para a difusão do uso do escrito e do conhecimento em geral. De um lado, havia a necessidade de instruir os filhos das elites que vinham do Reino e os que aqui haviam nascido, a fim de formar quadros destinados à administração; de outro, as publicações de livros, impressos localmente ou no exterior, capazes de contribuir para tal objetivo. Dessa forma, ideias novas e notícias passaram a circular de maneira bem mais intensa, em geral transmitidas pela força do impresso, ainda que difundidas, no mais das vezes, por meio oral. Logo, no Brasil das primeiras décadas do oitocentos, os livros e o ensino possibilitaram o surgimento de novas formas de sociabilidade e de um espaço público de poder, em que mais tarde puderam ser questionados alguns dos valores tradicionais, como o governo absoluto e a expressão retórica. 


Palavras-chave


circulação de livros; instrução; arte da escrita.

Texto completo:

PDF


DOI: http://dx.doi.org/10.5380/his.v60i1.38284