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O “ISLÔ COMO FORÇA POLÍTICA NA “PRIMAVERA ÁRABE”: UMA PERSPECTIVA DA TEORIA DO DISCURSO

Shadia Husseini de Araújo

Resumo


Até os dias de hoje, parecem ser obscuras as consequências que resultam diretamente da chamada “Primavera Árabe”, movimento iniciado na região do Oriente Médio em dezembro de 2010. Apenas uma coisa parece certa: a religião islâmica deve começar a desempenhar um papel de maior relevo em muitos governos árabes. Tal constelação política pode ser facilmente percebida ao se considerar os resultados das mais recentes eleições que levaram muitos membros dos partidos islâmicos ao poder no contexto da “Primavera Árabe”. Como esse cenário pode ser explicado, sobretudo se levarmos em conta a fase inicial dessa onda de protestos, fase na qual o Islã não desempenhava nenhum papel importante? A partir de uma abordagem da teoria do discurso, este artigo defende a tese de que o “Islã” tem uma longa genealogia como um significante de resistência política organizada contra o regime no poder. Essa genealogia possibilitou o engajamento convincente das organizações islâmicas ao longo do atual processo de mudanças políticas, ainda que elas tenham participado diretamente dos protestos e das transformações políticas subsequentes apenas em uma etapa relativamente mais tardia.

Palavras-chave


Primavera Árabe; Islã; resistência política; teoria do discurso

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/his.v58i0.33895