O impacto da colonização europeia na alimentação e o papel da mulher indígena na conservação do patrimônio alimentar
DOI:
https://doi.org/10.5380/guaju.v5i1.66168Palavras-chave:
Colonização Europeia. Sistema Alimentar Mbyá-Guarani. Papel das Mulheres. Alimentação Infantil. Estratégias de ResistênciaResumo
O artigo apresenta resultados de pesquisa sobre mudanças ocorridas no sistema alimentar dos Mbyá-guarani em decorrência do impacto da colonização europeia sobre esse sistema, abordando as consequências para as crianças Mbyá e o importante papel desempenhado pela mulher na continuidade do patrimônio alimentar tradicional, enquanto uma forma de resistência às situações daí decorrentes. Para tanto realizou-se uma pesquisa, servindo-se do método etnográfico, no tekoá vy’a em Major Gercino, Vale do Rio Tijucas, Santa Catarina, Brasil. Neste artigo serão abordadas algumas questões que envolvem o processo de colonização e o papel da mulher indígena. A resistência dos Mbyá-Guarani face às pressões que vem sofrendo com este processo em seu sistema alimentar (SILVA, 2008) tem revelado que o grupo Mbyá pesquisado tem lutado por conservar esse sistema, através de várias estratégias, permanecendo até os dias atuais elementos dos hábitos tradicionais relacionados ao seu sistema alimentar tradicional, à alimentação e a cosmologia que envolve essas práticas. Há constantes mudanças em decorrência do processo de colonização e da relação que lhes é imposta com efeito sob a terra e o território. Esse aspecto aponta para a questão do desenvolvimento no território, evidenciando as consequências danosas que um tipo de desenvolvimento voltado para o crescimento econômico pode ocasionar ao desalojar grupos humanos que tradicionalmente garantiam a sua subsistência de forma satisfatória e em harmonia com o meio ambiente de suas terras tradicionais.
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