DESAFIOS AO ENSINO DE CARTOGRAFIA NA FORMAÇÃO DA GEÓGRAFA E DO GEÓGRAFO DO SÉCULO XXI

Autores

  • Sinthia Cristina Batista Universidade Federal do Rio Grande do Sul Departamento Interdisciplinar Curso de Geografia Curso de Bacharelado Interdisciplinar

DOI:

https://doi.org/10.5380/geografar.v15i1.74286

Palavras-chave:

cartografia, formação do geógrafo, representação do espaço, teoria crítica

Resumo

Em continuidade aos debates, sobretudo aqueles promovidos pela Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), a proposta deste texto é alimentar a seguinte reflexão: como trabalhar o ensino da cartografia de modo a contribuir efetivamente para a formação do (a) geógrafo (a) crítico (a), tendo como referência uma geografia que se realiza em movimento e está comprometida com a investigação e a necessária transformação do real? O caminho trilhado consiste em apresentar questões que considero fundamentais para fortalecer o debate colocado por geógrafas e geógrafos que têm como horizonte esta mesma preocupação. Esse percurso se dá em quatro atos: I. Reconhecer que a cartografia que os estudantes conhecem, vivenciam e da qual se apropriam expõe a cartografia que se realiza no mundo, assim como as cisões políticas e teórico-metodológicas produzidas no ensino de cartografia na formação do geógrafo. II. Desvendar os conteúdos das técnicas de representação cartográficas é iluminar as práticas espaciais histórica e socialmente produzidas. Para tal, é fundamental problematizar os limites, as potencialidades e as armadilhas das técnicas de representação do espaço a partir do ensino de ferramentas para a produção de mapas, que estejam ancoradas no entendimento das práticas espaciais produzidas por nossa sociedade, para que possamos ter ciência da produção, reprodução e/ou superação destas práticas. III. Mapear é colocar o mundo em estagnação e/ou em movimento. Mapear é mobilizar: uma ideia, um entendimento, um projeto. Portanto, ler e produzir mapas é ler e produzir o mundo e o que se quer dele, seja para transformá-lo, seja, para reificá-lo; IV. Explicitar que a cartografia que se faz é a geografia que se assume provoca o debate sobre o intocado projeto cartográfico, possibilitando desvendar qual é a geografia que produz “cada cartografia”.

Assim, esta contribuição é produto do acúmulo de experiência em sala de aula e em pesquisa na área da cartografia e trabalha no sentido da apropriação social e política da linguagem cartográfica, compreendida na teoria crítica, sobretudo a partir da análise elaborada por Henri Lefebvre, como uma representação do espaço e um espaço de representação.

Biografia do Autor

Sinthia Cristina Batista, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Departamento Interdisciplinar Curso de Geografia Curso de Bacharelado Interdisciplinar

Professora adjunta na Universidade Federal do Rio Grande do Sul / Campus Litoral Norte / Bacharelado Interdisciplinar - Geografia. Doutora em Geografia pela UFRGS (2014); Mestre em Geografia Física pela Universidade de São Paulo (2006); Bacharel (2002) e Licenciada (2004) também pela mesma Universidade. Enfoque de pesquisa na área da Cartografia valorizando o debate da relação entre a geografia e a cartografia fortalecido pela discussão da teoria e do método em Geografia. Trabalha com a cartografia como instrumento de luta social, a partir do debate sobre o sentido, limite e possibilidades da atuação dos movimentos sociais e da resistência à exploração do trabalho e à dominação política, expressos atualmente nas discussões sobre a questão agrária no Brasil.

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Publicado

07/31/2020

Como Citar

Batista, S. C. (2020). DESAFIOS AO ENSINO DE CARTOGRAFIA NA FORMAÇÃO DA GEÓGRAFA E DO GEÓGRAFO DO SÉCULO XXI. Revista Geografar, 15(1), 220–242. https://doi.org/10.5380/geografar.v15i1.74286

Edição

Seção

Pesquisador convidado