O Pensamento do Mesmo: entre utopias e heterotopias
DOI:
https://doi.org/10.5380/dp.v14i1.56545Keywords:
arqueologia do saber, heterotopia, homem, épistéAbstract
O artigo analisa os limites do “pensamento do Mesmo” no livro As palavras e as coisas. Eles são observáveis na própria estratégia analítica da arqueologia quando são descritos os limiares de descontinuidade entre um e outro espaço de saber. Os limiares indicam um não-lugar irredutível ao modo de ser de uma épistémè especí ca. Menos ocupada em ordenar identidades e diferenças a partir de estruturas formais, a arqueologia do saber procura estabelecer os limites do pensamento entre os distintos modos de ser da ordem. Trata-se de enfatizar os intervalos nos quais a sintaxe que xa um lugar comum entre coisas e palavras é desfeito. Ou ainda, sublinhar os pontos de fratura no espaço liso das utopias e sua gramática, quando objetos conceituais, tais como o homem, deixam de ser concebidos como universais. Sugere-se que o livro As palavras e as coisas pode ser pensado como uma modalidade de heterotopia que inquieta certezas e evidências assim como desarma o pensamento de sua pretensão totalizante.

