Causalidade e (des)semelhança em Descartes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/dp.v16i3.65194

Palavras-chave:

Descartes, doutrina da causalidade, (des)semelhança, causa eminente e causa formal, temporalidade, primazia axiomática do efeito.

Resumo

O artigo examina certas tensões geradas entre causalidade e (des)semelhança no âmbito da relação entre ideia e coisa. O ponto de partida de Descartes é que causalidade não implica semelhança. Ele precisa, contudo, recuperar esta última noção; caso contrário, a própria noção de causalidade não sobrevive (e, mesmo, a de verdade). Nesse sentido, Descartes necessita negociar com o fato de que, em geral, uma causa é eminente (e, portanto, dessemelhante ao efeito), ao passo que a doutrina da causalidade exige que ela seja, no mínimo, formal (semelhante a ele). Essa última exigência permite reintroduzir, de algum modo, a noção de semelhança, mas dificulta a apreensão de determinações cognitivas na direção em que se produz a causalidade (da causa para o efeito), o que conduz Descartes a dar primazia axiomática e metodológica ao efeito.

Biografia do Autor

César Augusto Battisti, UNIOESTE

Professor de Filosofia da Unioeste, graduação e pós-graduação. Especialista em Descartes.

 

Publicado

2024-08-06

Como Citar

Battisti, C. A. (2024). Causalidade e (des)semelhança em Descartes. DoisPontos, 16(3). https://doi.org/10.5380/dp.v16i3.65194