Um desvio do sentido: o primitivo e o civilizado em Bergson

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/dp.v14i2.52001

Palavras-chave:

Civilização, primitivo, psicologia, biologia, fabulação, inteligência

Resumo

O intuito deste texto é explorar o modo pelo qual, em seu último livro, Bergson afasta-se dos significados  atribuídos à condição de civilizado e de primitivo seja no âmbito do senso comum, seja nas ciências a ele contemporâneas. Pretende, pois, mostrar que o filósofo só logra  desviar-se  dos sentidos assim cristalizados pela linguagem se, esquivando-se da circunscrição estrita a certas regiões do saber,   ousar uma transgressão metodológica que, para além da objetividade científica, a um só tempo realize um esforço de introspecção e contemple a perspectiva mais geral da vida. Nesse movimento, irrompe a noção de “função fabuladora”, reveladora de  uma dimensão arcaica do primitivo, a qual não apenas persevera no civilizado, mas se constitui, em última instância, como um dos elementos que viabiliza a sobrevivência da espécie. Ademais, veremos que, segundo o autor, atributos em geral associados ao desenvolvimento da civilização, ao homem ocidental e contemporâneo são igualmente experienciados pelos assim chamados primitivos ou incivilizados.

Biografia do Autor

Rita Paiva, UNIFESP

Professora de Filosofia do departamento de filosofia da Universidade Federal de São Paulo

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Publicado

2017-12-30

Como Citar

Paiva, R. (2017). Um desvio do sentido: o primitivo e o civilizado em Bergson. DoisPontos, 14(2). https://doi.org/10.5380/dp.v14i2.52001

Edição

Seção

Bergson, suas leituras e seus leitores