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As limitações da aplicação da Interdependência Complexa no Regime Internacional de Mudança Climática (RIMC)

Aimara Cobério Terena de Aguiar

Resumo


No ano de 1720, ocorreu a Revolução Industrial, um evento que gerou a intensificação das ações antrópicas, que degradam o meio ambiente global. O crescimento da exploração do meio ambiente tem gerado consequências negativas sobre o dia a dia de inúmeras sociedades no planeta, como mudança climática, tsunamis, furacões e secas, acarretando, assim, o crescimento da presença da pauta ambiental nos debates do sistema internacional. Isso posto, o presente trabalho discute a aplicabilidade da teoria da Interdependência Complexa (IC), fora do contexto em que ela foi criada, isto é, em um período marcado pelo Regime Internacional de Mudança Climática (RIMC). Para tal fim, o artigo objetiva discorrer acerca da teoria da Interdependência Complexa, visando estabelecer suas características centrais e dissertar sobre a estrutura do RIMC, para, a partir disso, analisar a aplicabilidade da teoria em relação ao regime. A metodologia escolhida foi a análise bibliográfica do Power and Interdependence de Keohane e Nye (2012), uma obra chave quando o foco é a IC. Assim, observa-se que muitos atributos da IC podem ser utilizados para compreender o RIMC, visto que o regime pode ser analisado a partir dos elementos centrais da IC.

Palavras-Chave: Conceitos; Aquecimento Global; Interdependência Complexa; RIMC.


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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/cg.v9i2.74633

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