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O escravo no Brasil na passagem do século XVIII para o século XIX: considerações a partir das ambivalências do compadrio de cativos na região do Paraná.

Helena Schiessl Cardoso

Resumo


As relações de compadrio de escravos revelam aspectos importantes sobre o cativo no Brasil dos séculos XVIII e XIX. Tendo em vista que este instituto permite compreender o funcionamento das relações políticas e sociais daquela época, pretende-se refletir a condição do escravo, em especial a partir das ambivalências destas relações de parentesco fictício. Para tanto, é necessário apontar inicialmente para algumas tendências enunciadas pela historiografia recente, sem contudo esquecer de verificar a sua validade para um espaço geográfico determinado – neste trabalho a região atualmente compreendida pelo Estado do Paraná. Tal análise permite inferir que a condição do escravo não pode ser deduzida simplesmente de sua classificação jurídica como “bem semovente”. Os cativos, aparentemente, não eram meros objetos de dominação, mas exerciam também um papel ativo na sociedade. Deste modo, desenha-se a hipótese paradoxal de que a atitude dos escravos pode ter contribuído, em certa medida, à manutenção do sistema jurídico-político da escravidão por mais de três séculos.


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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/cejur.v1i4.15498