O Meio como o Lugar da História
DOI:
https://doi.org/10.5380/cam.v8i1.9551Palavras-chave:
Javaé, etno-história, agência, gênero.Resumo
Neste artigo pretendo formular alguns princípios gerais de uma teoria Javaé da ação ou da criação da realidade, ou de como a realidade social é criada/transformada através da agência humana (uma definição de "história"). Nessa teoria nativa, expressa através da mitologia e das práticas sociais, o sujeito da criação não é a mente de um indivíduo racional e independente, mas uma relação entre dois sujeitos/corpos. Toda criação, seja dos corpos dos filhos ou das formas sociais, é pensada como o produto paradoxal da interação/fusão entre um corpo masculino e um feminino, um eu e um outro, continuidade e mudança. Como não há uma separação entre matéria e espírito, corpo e mente ou natureza e cultura, toda criação é concebida como procriação, de modo que o estudo dos conceitos e práticas corporais é também o estudo da etno-história Javaé.
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