Experiências educacionais e interculturais sob a perspectiva de Protapi, um antropólogo Yine de Urubamba, Amazônia, Peru

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/cra.v25i2.91064

Palavras-chave:

intercultural education, Yine-Yami, Peter Gow, Miaria, Gimatkalchi

Resumo

Este artigo apresenta a pesquisa realizada por Alex Protapi, um antropólogo e líder do grupo indígena Yine-Yami no Peru, em diálogo com o trabalho do antropólogo Peter Gow, que estudou o povo de Protapi, originalmente referido como Piro, mas que agora preferem ser chamados pelo etnônimo Yine. O artigo é baseado na investigação de Protapi, que explora as tensões que surgem quando comunidades indígenas transitam das tradições orais para espaços formais de aprendizagem não indígenas, exigindo a aquisição de novas lógicas e protocolos para a produção de conhecimento. Além de se basear em contribuições de outros intelectuais indígenas latino-americanos, o artigo destaca a importância de analisar as percepções dos povos indígenas sobre seus processos educacionais, especialmente no contexto de contatos e influências educacionais não indígenas. Sugerimos que as escolas Yine poderiam dar mais atenção e valor ao Gimatkalchi, também estudado por Gow. Acreditamos também que as escolas e instituições de ensino formais não indígenas poderiam aprender com os povos indígenas e prestar mais atenção em seus sistemas de conhecimento.

Biografia do Autor

Alex Protapi Sebastián Caleb, Comunidad Nativa Miaria, Municipalidad de Megantoni, La Convención, Cusco, Perú

Lic. Antropologia en la Universidad federal de Integración Latino Americana - UNILA, actualmente trabajo como Jefe de Programas Sociales en la Gerencia de Desarrollo Social, Pueblos Originarios y Servicios Municipales en la Municipalidad de Megantoni - La Convención - Cusco - Perú.
Un Joven profesional y Líder Indígena Yine - Yami del Grupo Étnico Arahuak de la Amazonia Peruana.

Daniel Gordillo-Sánchez, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil

Doutor em Educação pela Universidade Federal da Paraíba. Enquanto co-escreveu este artigo, Daniel Gordillo-Sánchez recebeu bolsa de estágio de doutorado para estudos na Universidade de Hamburgo (Alemanha), concedida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Atualmente é professor do Instituto Federal do Sergipe (IFS). 

Barbara Maisonnave Arisi, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Pesquisadora de pós-doutorado na Vrije Universiteit Amsterdam e professora na Amsterdam University (2019). Fui pesquisadora visitante na Vrije Universiteit Amsterdam, Holanda antes (2016/2017). Fui reitora do Instituto Latino-Americano de Artes, Cultura e História (2013/16) e professora na UNILA (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), em Foz do Iguaçu/PR, Brasil. Pós-doutorado no PPGAS/UFSC, doutorado e mestrado em Antropologia Social - Universidade Federal de Santa Catarina, com estágio de doutorado na University of Oxford. Bacharel em Comunicação Social - Jornalismo - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1995). Experiência em Antropologia, etnologia, política indigenista (índios isolados), sustentabilidade e sexualidades.

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Peter Gow. Cuicocha, Equador, 1997. Foto de Carlos Fausto.

Publicado

2025-01-31 — Atualizado em 2025-02-04

Como Citar

Sebastián Caleb, A. P., Gordillo-Sánchez, D., & Maisonnave Arisi, B. (2025). Experiências educacionais e interculturais sob a perspectiva de Protapi, um antropólogo Yine de Urubamba, Amazônia, Peru. Campos - Revista De Antropologia, 25(2), 48–62. https://doi.org/10.5380/cra.v25i2.91064

Edição

Seção

Dossiê