O museu, o índio e a musealização do objeto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/campos.v16i2.48273

Palavras-chave:

Museologia, Saber tradicional, Kaingang, Coleção, Expografia

Resumo

A proposta desse artigo nasce com intuito de saber mais sobre a descoberta dos museus pelo índio e sua participação como agente ativo no processo de musealização de sua cultura tradicional, material e imaterial. No percurso do estudo visa-se identificar e discorrer sobre os caminhos para formação de uma coleção: o quê e como é musealizável na perspectiva de índios kaingang da Terra Indígena Nonoai, situada no município de Nonoai, Rio Grande do Sul (RS). Para tanto, o estudo aborda as concepções indígenas de museu e de exposições como forma de narrativas e o quê do grupo é passível de musealização. O desafio metodológico que se coloca recai sobre o “pesquisador indígena”, responsável pelo projeto em pauta, ao pesquisar sua própria cultura e o museu como local de memórias, artefatos e objetos. A contribuição da pesquisa volta-se à constituição de museu como espaço de participação e autonarrativas com a perspectiva de como a musealização com o “outro” traz para o campo da museologia no presente. 

Biografia do Autor

Josué Carvalho

Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Comunitária da Região deChapecó (UNOCHAPECO), Mestre em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Riode Janeiro (UNIRIO) e Doutor em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).Atualmente realiza Pós-Doutorado em Museologia na Universidade de São Paulo.

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Sites visitados:

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Publicado

2015-12-30

Como Citar

Carvalho, J. (2015). O museu, o índio e a musealização do objeto. Campos - Revista De Antropologia, 16(2), 59–74. https://doi.org/10.5380/campos.v16i2.48273

Edição

Seção

Dossiê