Objetos: trajetória social, política e sentidos
DOI:
https://doi.org/10.5380/cam.v8i2.10386Palavras-chave:
Antropologia Social, coisas e pessoas, politica e moralidade, maçonaria contemporâneaResumo
Em uma pesquisa sobre a maçonaria contemporânea concentrei-me inicialmente em algumas noções que, combinadas ou sob tensão disjuntiva, circunscreveriam a maçonaria. Por exemplo, o segredo, as convicções compartilhadas e a ajuda mútua. O objetivo da pesquisa seria mapear e compreender: 1) o campo interno das noções, ideais e pressupostos da maçonaria (através da bibliografia nacional e internacional); 2) suas transformações e contextos de embate (em torno, por exemplo, de mito e história; ritual e escrita, segredo e publicidade, ética e corrupção); 3) as organizações locais da maçonaria, trajetórias de maçons e redes locais e translocais, durante o período de 1950 até os dias atuais. Durante a pesquisa, entretanto, observei a importância de peças de roupas, móveis, formas de construção, brasões, bordados, quadros, esculturas, desenhos e letras, compondo o campo de reconhecimento da maçonaria. Reproduzindo-se e traduzindo-se em locais distintos – em prédios maçônicos, nas cerimônias e ritos, em imagens de livros, em sites de Internet e em museus maçônicos –, estes objetos põem em circulação valores morais e historicidades. Neste artigo, sugiro que através de tais objetos são tecidos sentimentos de pertencimento e redes de socialidade; praticam-se ritos que re-apresentam idéias de igualdade em uma instituição que é altamente hierarquizada; e, ainda, sustentam-se concepções e relações de gênero na formatação da instituição maçônica. Finalmente, tais objetos e formas demarcam distinções no campo maçônico.
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