Da representação ao monitoramento: a criação de uma ontologia do discurso de ódio online brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.5380/atoz.v7i2.67243Keywords:
Discurso de ódio, Ontologia, Plataforma colaborativa, Representação, Monitoramento.Abstract
As expressões de discurso de ódio em comunidade online promovem um desserviço a saúde das relações e ampliam a desigualdade social ao reforçarem estereótipos e discriminações. Empresas de Redes Sociais Digitais (RSD), organizações de Direitos Humanos e governos de vários países, inclusive o Brasil, têm encontrado dificuldade em estabelecer ações estratégicas que auxiliem na identificação e contenção do fenômeno. A massa de dados com conteúdo intimidador às minorias historicamente marginalizadas (mulheres, negros, comunidade LGBTI, etc.) provou-se multifacetada e complexa, exigindo um esforço permanente no aperfeiçoamento de tecnologias de identificação e moderação de publicações e comentários em sites como Facebook, Youtube e Twitter. Este estudo consiste na criação de um vocabulário controlado do discurso de ódio online brasileiro, valendo-se das ontologias. O objetivo é propor representação da informação a partir do corpo supervisionado do discurso de ódio no Brasil. O estudo defende a tese que as relações associativas em banco de dados dos RDS quando legitimadas numa ontologia atrelada ao contexto brasileiro e a língua portuguesa corroboram ao conhecimento da problemática do ódio e consequentemente a produção de estratégias mais assertivas à manutenção da tolerância em ambientes online. A ontologia servirá como substrato estratégico na identificação, moderação e combate ao fenômeno por meio de um repositório online colaborativo capaz de analisar e classificar expressões que fomentem o ódio e a violência contra grupos específicos. A metodologia tem perspectiva netnográfica visando uma descrição densa do fenômeno, bem como a organização de categorias de analise submetidas ao escrutínio e a participação cidadã por meio de uma plataforma pública. Espera-se que as análises e ferramentas desenvolvidas pelo trabalho possam contribuir com os estudos de discurso de ódio online e encorajar ações e políticas que minimizem os aspectos nocivos no que tange os ideais democráticos e o respeito à dignidade humana.
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