Governança da Informação e a perspectiva do valor da informação na Ciência da Informação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/atoz.v14.90761

Palavras-chave:

Governança da Informação, Governança de TI, Governança corporativa, Valor da Informação, Ciência da Informação

Resumo

Introdução: A Governança da informação constitui uma das proposições singulares que caracterizam a dupla faceta da Ciência da Informação: como ciência pura e como ciência aplicada. A dimensão pura da governança diz respeito aos fundamentos que propõe no desenvolvimento da área, e a dimensão aplicada se preocupa com práticas de governança e o seu impacto no ambiente organizacional e empresarial. Objetivo: A proposta deste artigo é de analisar os fundamentos da governança da informação e as suas correlações com as governanças corporativa e de TI. Simultaneamente, apresenta a problemática das assimetrias de informação associados às práticas e modelos de governança corporativa, incluindo as limitações da governança de TI, sobretudo, pelo foco objetivista da informação. Método: A pesquisa é de natureza explicativa, qualitativa, baseada na pesquisa bibliográfica. Resultados: Constatou-se que a governança da informação é uma proposta essencial para eliminar os fluxos desiguais de acesso à informação e tomada de decisão, assegurando a possibilidade de que todos os envolvidos nas transações organizacionais participem do processo subjetivo e semântico de agregar valor à informação para o fortalecimento das organizacional. Conclusões: Conclui-se que a governança da informação incorpora no seu bojo temas de interesse da Ciência da Informação, em particular os que dizem respeito à ideia de valor da informação, construção do conhecimento, competência em informação, gestão da informação, mediação da informação e segurança e privacidade da informação. Estudos futuros associando cada um desses tópicos com a governança da informação são necessários.

Biografia do Autor

Ilídio Lobato Ernesto Manhique, Escola Superior de Jornalismo - Moçambique

Professor e Pesquisador - Escola Superior de Jornalismo - Moçambique

Doutor em Ciência da Informação - UNESP/Marília

Coordenador do Curso de Biblioteconomia e Documentação - Escola Superior de Jornalismo - Moçambique

Referências

Almeida Júnior, O. F. (2009). Mediação da informação e múltiplas linguagens. Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação, 2(1), 89-103. https://brapci.inf.br/#/v/119300

Almeida Júnior, O. F. (2015). Mediação da informação: um conceito atualizado. In S. Bortolin, J. A. dos Santos Neto, & R. J. da Silva (Orgs.), Mediação oral da informação e da leitura (pp. 9-32). Abecin.

Araújo, C. A. A. (2009). Correntes teóricas da ciência da informação. Ciência da Informação, 38(3), 192-204. https://doi.org/10.18225/ci.inf.v38i3.1240

Barreto, A. de A. (2002). A condição da informação. São Paulo em Perspectiva, 16(3), 67-74. https://doi.org/10.1590/S0102-88392002000300010

Belkin, N., Oddy, R., & Brooks, H. (1982). ASK for information retrieval: part I. Background and theory. Journal of Documentation, 38(2), 61-71. https://doi.org/10.1108/eb026722

Bell, D. (1973). O advento da sociedade pós-industrial. Cultrix.

Bertolin, R. V., Santos, A. C. dos, Lima, J. B. de, & Braga, M. J. (2008). Assimetria de informação e confiança em interações cooperativas. Revista de Administração Contemporânea, 12(1), 59-81. https://doi.org/10.1590/S1415-65552008000100004

Borko, H. (1968). Information science: what is it? American Documentation, 19(1), 3-5. https://www.marilia.unesp.br/Home/Instituicao/Docentes/EdbertoFerneda/mri-01---information-science---what-is-it.pdf

Bruce, C. (1997). Seven faces of information literacy. AUSLIB Press.

Capurro, R. (2003, 10 de novembro). Epistemologia e ciência da informação [Apresentação]. 5º Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, Belo Horizonte, Brasil. https://www.capurro.de/enancib_p.htm

Capurro, R. (2007). Epistemología y ciencia de la información. Enlace: Revista Venezolana de Información, Tecnología y Conocimiento, 4(1), 11-29. https://ve.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1690-75152007000100002

Chan, Y. E. (2002). Why haven’t we mastered alignment? The importance of the informal organization structure. MIS Quarterly Executive, 1(2), 97-112. https://aisel.aisnet.org/misqe/vol1/iss2/2

Dervin, B. (1982). An overview of sensemaking research: concepts, methods and results to date. Annual Meeting of the International Communication Association, Dallas, EUA.

Donaldson, A., & Walker, P. (2004). Information governance - a view from the NHS. International Journal of Medical Informatics, 73(3), 281-284. https://doi.org/10.1016/j.ijmedinf.2003.11.009

Hamaker, S., & Hutton, A. (2003). Principles of Governance. Information systems control journal, 3, 44-49. https://www.geocities.ws/trichotecene/doc/other/v3-03p44-49.pdf

Hjørland, B. (2004). Domain analysis: a socio‐cognitive orientation for information science research. Bulletin of the American Society for Information Science and Technology, 30(3), 17-21. https://doi.org/10.1002/bult.312

Huizing, A. (2007). The value of a rose: rising above objectivism and subjectivism. In A. Huizing & E. J. de Vries (Eds.), Information management: setting the scene (pp.73-90). Elsevier.

Ingwersen, P. (1996). Cognitive perspectives of information retrieval interaction: elements of a cognitive IR theory. Journal of Documentation, 52(1), 3-50. https://doi.org/10.1108/eb026960

Kanagaretnam, K., Lobo, G. J., & Whalen, D. J. (2007). Does good corporate reduce information asymmetry around quarterly earnings announcements? Journal of Accounting and Public Policy, 26(4), 497-522. https://doi.org/10.1016/j.jaccpubpol.2007.05.003

Kooper, M. N., Maes, R., & Roos Lindgreen, E. E. O. (2011). On the governance of information: introducing the new concept of governance to support the management of information. International Journal of Information Management, 31(3), 195-200. https://doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2010.05.009

Kuhlthau, C. C. (2008). From information to meaning: confronting challenges of the twenty-first century. Libri, 58(2), 66-73. https://doi.org/10.1515/libr.2008.008

Kuhlthau, C. C. (1991). Inside the search process: information seeking from the user's perspective. Journal of the American Society for Information Science, 42(5), 361-371. https://doi.org/10.1002/(SICI)1097-4571(199106)42:5<361::AID-ASI6>3.0.CO;2-%23

Kuramoto, H. (2005). Acesso livre: um caso de soberania nacional? In L. M. B. B. Toutain, Para entender a ciência da informação (pp. 145-161). EDUFBA.

Lajara, T. (2013). Governança da informação na perspectiva de valor, qualidade e compliance: estudo de casos múltiplos [Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul]. LUME Repositório Digital UFRGS. http://hdl.handle.net/10183/66833

Manhique, I. L. E. (2021). Concepções de competência informacional dos graduandos de biblioteconomia e documentação de Moçambique: uma abordagem fenomenográfica [Tese de Doutorado, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”]. Repositório Institucional UNESP. http://hdl.handle.net/11449/202622

Manhique, I. L. E., & Casarin, H. de C. S. (2019). Abordagem cultural da organização do conhecimento na ciência da informação brasileira. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, 24(56), 1-20. https://doi.org/10.5007/1518-2924.2019.e65174

Morán, A. (2019). Las injusticias informativas como injusticias epistêmicas. InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, 10(1), 44-63. https://doi.org/10.11606/issn.2178-2075.v10i1p44-63

Morin, E. (2005). Ciência com consciência (8ª ed.). Bertrand.

Morin, E. (2000). Os sete saberes necessários à educação do futuro. Cortez.

Saracevic, T. (1996). Ciência da informação: origem, evolução e relações. Perspectivas em Ciência da Informação, 1(1), 41-62. https://periodicos.ufmg.br/index.php/pci/article/view/22308

Schur, R. D. (2018). A emergência da governança da informação. GVExecutivo, 17(2), 25-29. https://doi.org/10.12660/gvexec.v17n2.2018.74735

Shannon, C. E., & Weaver, W. (1949). The mathematical theory of communication. University of Illinois Press. https://pure.mpg.de/rest/items/item_2383164_3/component/file_2383163/content

Silva, A. K. A. da, Correia, A. E. G. C., & Lima, I. F. da (2010). O conhecimento e as tecnologias na sociedade da informação. Revista Interamericana de Bibliotecología, 33(1), 213-239. https://doi.org/10.17533/udea.rib.6288

Vitorino, E. V., & Piantola, D. (2011). Dimensões da competência informacional (2). Ciência da Informação, 40(1), 99-110. https://doi.org/10.1590/S0100-19652011000100008

Weill, P.D., & Ross, J. W. (2004). IT governance - how top performers manage IT decision rights for superior results. Harvard Business School Press.

Wende, K. (2007, 5-7 de dezembro). A model for data governance: organising accountabilities for data quality management (pp. 417-425). 18th Australasian Conference on Information Systems. https://www.researchgate.net/publication/44939125_A_Model_for_Data_Governance_-_Organising_Accountabilities_for_Data_Quality_Management

Downloads

Publicado

2025-05-20

Como Citar

Manhique, I. L. E. (2025). Governança da Informação e a perspectiva do valor da informação na Ciência da Informação. AtoZ: Novas práticas Em informação E Conhecimento, 14, 1–12. https://doi.org/10.5380/atoz.v14.90761

Edição

Seção

Artigos