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TOXICIDADE DO GOSSIPOL NA GESTAÇÃO E NA LACTAÇÃO DE RATAS (Rattus rattus norvegicus)

M. A. SILVA, L. E. KOZICKI, P. R. DALSENTER

Abstract



Na presente pesquisa objetivou-se estudar os efeitos do gossipol (C30H30O8) na
gestação e consequente lactação, de 40 ratas com idade média de 120 dias e peso variando
entre 200 e 250 gramas, oriundas do Biotério Central da Universidade Federal do Paraná.
Os animais foram acompanhados diariamente até a confirmação da cobertura através de
esfregaço de lavado vaginal (esfregaço positivo - presença de espermatozóides) e
separados em quatro grupos de dez animais: G I - controle, G II gossipol 20 mg.kg-1, G III
gossipol 40 mg.kg-1, G IV - gossipol 80 mg.kg-1 respectivamente de acordo com a
concentração de gossipol presente na suspensão utilizada (gossipol 20 mg.mL-1, gossipol 40
mg.mL-1 e gossipol 80 mg.mL-1). O gossipol ácido acético (GAA 97,8 % de pureza) diluído
em óleo vegetal de canola (veículo) foi administrado oralmente para todos os animais no
volume de 1 mL de suspensão para cada quilo de peso vivo. A administração da droga
iniciou-se no 5o dia de gestação estendendo-se até o 20º. O peso das ratas foi aferido
diariamente, do dia da cobertura até o dia do parto, a fim de se observar possíveis efeitos
tóxicos durante a gestação. Durante a lactação as ratas e os filhotes eram pesados a cada 3
dias para acompanhar o desenvolvimento dos filhotes e recuperação materna. No desmame
(21o dia pós-parto) todas as fêmeas foram sacrificadas para a observação dos pontos
uterinos de implantação, comparando-se o número de fetos nascidos com o número de fetos
gerados. Durante o experimento sete ratas do grupo G IV e uma do G III morreram, além de
abortos e sinais de canibalismo na parturição. Observou-se como sinais de toxicidade:
diarréia, inapetência, pelos eriçados, taquipnéa e perda de peso. Nenhum filhote apresentou
alterações morfológicas macroscópicas. Concluiu-se que o gossipol (GAA) causou
intoxicação grave nos animais que receberam maior dosagem, bem como interferiu no
ganho de peso das ratas durante a gestação, peso ao nascimento e peso à desmama dos
filhotes. Contudo não interferiu no processo de manutenção da gestação e no número de
filhotes nascidos quando administrado entre o 5o e 20º dia de gestação.

Gossypol toxicity in pregnant and nursing rats Rattus rattus norvegicus

Abstract


In order to study the effects of gossypol (C30H30O8) in pregnancy and lactation,
40 female rats (120 days old) weighing between 200 and 250 grams, were used in this
experiment. The animals were divided in four different group GI (n = 10), GII (n = 10), GIII (n
= 10) and GIV (n = 10). The daily oral dose administered by gavage to the animals of each
group was of 0, 20, 40 and 80 mg.kg-1 respectively of gossypol dissolved in canole oil. All
rats were weighed daily from the day of copulation (0 day) to the day of parturition, for
evaluation of the toxic effects during pregnancy. All rats and their offspring were weighed on
days 3, 6, 9, 12, 15, 18 and 21 (day of weaning) of lactation. At the day of weaning, all rats
were killed in order to observe the number of uterine implantation sites. Eight rats (1 from
GIII group and 7 from GIV) died during the period of drug administration besides the
occurrence of abortions and cannibalism at the parturition. Clinical symptoms of toxicity were
diarrhea, inappetency, bristly hair, tachypnea, loss of weight. Neither pup displayed either
macroscopic or morphological alterations. Heavy poisoning has been induced in rats that
received higher doses of gossypol acetate as well as a dose-dependent decrease in body weight gain in pregnant rats, lesser weight at birth and at weaning. Nevertheless, gossypol
did not interfere in the maintenance of pregnancy and in the number of pups born when
administered from day 5 through day 20 of pregnancy.


Keywords


Gossipol; gestação; ratas; toxicidade. Gossypol; pregnancy; females; rats; toxicity.



DOI: http://dx.doi.org/10.5380/avs.v7i2.3986