Resumo
No campo historiográfico, Reale é visto como um dos integrantes da AIB, um escritor de viés autoritário, se juntando a Azevedo Amaral, Oliveira Viana, Francisco Campos, escritores que tiveram ideias retomadas pelo governo de Getúlio Vargas. O pensamento político de Reale surge num momento de descrença com as democracias liberais, momento agitado no Brasil que suscitou um extremo nacionalismo, respaldando historicamente a simpatia das elites brasileiras com as ideologias autoritárias. Somam-se a este quadro as alternativas políticas (ainda que saibamos a falta de ideologia política dos partidos políticos brasileiros), que iam do enrijecimento do Estado, onde a soberania nacional era um passo para práticas autoritárias, à là o conhecido modelo de Maquiavel, viabilizando a dinâmica social por meio da força, até uma proposta de uma sociedade sem Estado, caso do anarquismo, influenciado pela presença de imigrantes italianos em São Paulo, na década de 1920.