Governança de Bens Comuns e o Turismo no Monte Everest: uma análise a partir da perspectiva do Institutional Analysis and Development Framework

Autores

  • Camila Espezio Oliveira Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP
  • João Marcos Mott Pavanelli Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP
  • Alexandre Toshiro Igari Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP

DOI:

https://doi.org/10.5380/ts.v14i3.80965

Palavras-chave:

Ação coletiva, Monte Everest, Turismo, Montanhismo, Institutional Analysis and Development.

Resumo

A superexploração do Everest supera a capacidade de carga das trilhas, ao mesmo tempo que as regras formais em vigor no Nepal priorizam o ganho econômico em curto prazo ao invés do controle de impactos sociais e ambientais negativos, comprometendo a segurança das expedições e aumentando impactos sobre ecossistemas locais. Este artigo visou elucidar o processo de exploração dos serviços ecossistêmicos culturais do Monte Everest, analisado sob a perspectiva teórica de governança dos bens comuns, estruturada a partir do IAD (Institutional Analysis and Development) de Elinor Ostrom (2005). Para atingir o objetivo proposto foram levantados e analisados dados secundários a partir de revisão narrativa da literatura acadêmica e de bases documentais sobre o desenvolvimento, regras e governança do turismo e montanhismo no Monte Everest. A concessão de direitos privados de uso das trilhas e acampamentos pelo Estado, sem o estabelecimento de limites ambientais, repete a tragédia dos bens comuns, retratada no clássico “The Tragedy of the Commons” de Hardin (1968). Este regramento atende aos interesses de coalizões economicamente dominantes na arena de ação, mas é contestado local e internacionalmente, em função da degradação ambiental, desestruturação das comunidades e aumento de incidentes fatais nas trilhas. As ações coletivas previstas por Ostrom materializam-se principalmente na atuação de ONGs e comunidades locais, que mitigam parte dos impactos socioambientais negativos. A elucidação das disputas institucionais nas arenas de ação pode contribuir para estruturação de concessões de direitos de uso mais legítimas que permitam o turismo mais seguro e dentro da capacidade de suporte.

Biografia do Autor

Camila Espezio Oliveira, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP

Bacharela em Gestão Ambiental, Mestra e Doutoranda em Sustentabilidade pelo Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP)

João Marcos Mott Pavanelli, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP

Bacharel em Marketing, Mestre e Doutorando em Sustentabilidade pelo Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP)

Alexandre Toshiro Igari, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP

Doutor em Ecologia pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), com estágio de doutorado sanduíche concluído na Universidad de Alicante (Espanha). Pesquisador e orientador no Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (PPgSUS - EACH-USP). Docente no curso de bacharelado em Gestão Ambiental da EACH-USP, nas áreas de Administração e Finanças aplicadas à Gestão Ambiental e de Economia Ecológica.

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Publicado

2022-05-11

Como Citar

Oliveira, C. E., Pavanelli, J. M. M., & Igari, A. T. (2022). Governança de Bens Comuns e o Turismo no Monte Everest: uma análise a partir da perspectiva do Institutional Analysis and Development Framework. Turismo E Sociedade, 14(3). https://doi.org/10.5380/ts.v14i3.80965

Edição

Seção

Artigos