A recepção À paz perpétua de Kant: Friedrich Wilhelm von Schütz
DOI:
https://doi.org/10.5380/sk.v22i2.97387Palavras-chave:
Realismo político, ceticismo pragmático, paz perpétua.Resumo
Este estudo pretende reconstruir as principais críticas de Friedrich Wilhelm v. Schütz em sua resenha Kommentar über Kants ewigen Frieden [Comentário sobre à paz perpétua de Kant] (1797) e examinar sua plausibilidade à luz do desenvolvimento histórico do ideal kantiano de uma ordem mundial pacífica, considerando, por exemplo, a hipótese de Jurgen Habermas, em obras como Ocidente dividido e A inclusão do outro, de que com a fundação das Organização das Nações Unidas o projeto de Kant deixou de ser algo restrito ao terreno das meras ideias e ganhou corpo na realidade. Schütz, em sua resenha, avalia o projeto kantiano em À paz perpétua (1795) partindo de um tipo de ceticismo pragmático, apontando que o projeto do opúsculo não era nenhuma novidade quando foi publicado e que, como todos tais projetos, deveria cair no esquecimento em muito pouco tempo. Além disso, Schütz analisa cada um dos artigos do opúsculo mostrando ou a ausência de novidade, ou o caráter contraproducente da proposta, querendo dizer com isso que tal proposta nunca poderia ganhar terreno no campo da realidade, com isso o resenhador parece retomar a questão de outro opúsculo de Kant, a relação entre teoria e prática. Enfim, se pretende situar a resenha de Schütz, reconstruir seus argumentos e esboçar algumas respostas às críticas contra o opúsculo de Kant.
Referências
ARAMAYO, R. R.; MUGUERZA, J.; ROLDÁN, C. La paz y el ideal cosmopolitade la ilustratión. A propósito del bicentenario de Hacia la paz perpetua de Kant. Madrid: Tecnos, 1996.
APEL, K. O. Kant’s Toward Perpetual Peace as Historical Prognosis From the Point of View of Moral Duty. In: BOHMAN, J.; LUTZ-BACHMANN, M. (orgs.). Perpetual Peace. Essays on Kant’s Cosmopolitan Ideal. Cambridge: The MIT Press, 1997.
FELDHAUS, C. Cosmopolitismo em Habermas: com Kant para além de Kant. Ethic@ Revista Internacional de Filosofia Moral, v. 19, n. 2, p. 280-299, 2019.
FELDHAUS, C. A resposta de Habermas à crítica de Hannah Arendt aos direitos humanos. Logeion: Filosofia da Informação, v. 9, n. Especial 4, p. 69-82, 2023.
HABERMAS, J. A ideia kantiana da paz perpétua à distância histórica de duzentos anos. In: HABERMAS, J. A inclusão do outro. Estudos de teoria política. Tradução de Denilson Luís Werle. São Paulo: Editora da Unesp, 2018.
HÖFFE, O. Einleitung: Der Friede - Ein vernachlässigtes Ideal. In: HÖFFE, O. (org.). Kant. Zum ewigen Frieden. Berlin: Akademie Verlag, p. 5-30, 2004.
HONNETH, A. Ist Universalism a Moral Trap? The Presuppositions and Limits of a Politics of Human Rights. In: BOHMAN, J.; LUTZ-BACHMANN, M. (orgs.). Perpetual Peace. Essays on Kant’s Cosmopolitan Ideal. Cambridge: The MIT Press, 1997.
KANT, I. Kants gesammelte Schriften. Hrsg. von der Königlich preußische Akademie der Wissenschaften (Bd.1-22), von der Deutschen Akademie der Wissenschaften zu Berlin (Bd. 23), und von der Akademie der Wissenschaften zu Göttingen (ab Bd. 24). Berlin & New York: Walter de Gruyter, 1900-.
KANT, I. A paz perpétua e outros opúsculos. Tradução de Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1995.
KANT, I. A paz perpétua. Um projeto filosófico. Tradução de Bruno Cunha. Petrópolis: Editora Vozes, 2020.
KLEINGELD, P. Approaching Perpetual Peace: Kant’s Defense of a League of States and his Ideal of a World Federation. European Journal of Philosophy, v. 12, p. 304-325, 2004.
NUSSBAUM, M. Kant and Cosmopolitanism. In: BOHMAN, J.; LUTZ-BACHMANN, M. (orgs.). Perpetual Peace. Essays on Kant’s Cosmopolitan Ideal. Cambridge: The MIT Press, 1997.
SCHÜTZ, F. W. v. Kommentar über Kants ewigen Frieden. In: BUHR, M.; DIETZSCH, S. (orgs.). Immanuel Kant Zum ewigen Frieden. Mit Texten zur Rezeption 1796-1800. Leipzig: Reclam, 1984 [1797].
STAFFORD, J. The Alternative to Perpetual Peace: Britain, Ireland and the Case for Union in Friedrich Gentz’s Historisches Journal, 1999-1800. Modern Intellectual History, v. 13, n. 1, p. 63-91, 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Charles Feldhaus

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores retêm os direitos autorais (copyright) de suas obras e concedem à revista Studia Kantiana o direito de primeira publicação.
Autores cedem o direito aos editores de vincular seus artigos em futuras bases de dados.
Todo o conteúdo desta revista está licenciado sob a Licença Internacional Creative Commons 4.0 (CC BY 4.0)

