Teleologia e desigualdade em Kant: como as desigualdades de gênero e raça integram sistematicamente a filosofia kantiana
DOI:
https://doi.org/10.5380/sk.v23i1.97146Palavras-chave:
história da filosofia moderna, filosofia da história, Immanuel Kant, Crítica da faculdade de julgar, desigualdade, filosofia do direito.Resumo
O presente artigo tem como objetivo analisar como o modelo teleológico da história humana proposto por I. Kant em alguns opúsculos de filosofia da história e na Crítica da faculdade de julgar (1790) serve como fundamento para a defesa do voto censitário feita pelo filósofo na Doutrina do direito (1797). Com esse objetivo em vista, o artigo se divide em três partes. Na primeira, nos dedicamos a explicitar a distinção entre cidadão ativo e cidadão passivo pela qual se decide quem pode participar do sufrágio no direito kantiano. Em seguida, explicamos como a divisão desigual do trabalho, que sustenta a diferença das cidadanias, é defendida por Kant como necessária ao aperfeiçoamento cultural da humanidade. Por fim, afirmamos como consequência desse modelo de desenvolvimento histórico a integração sistemática das desigualdades de gênero e de raça numa sociedade baseada no direito kantiano.
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