As relações possíveis entre o sensível e o suprassensível a partir da Crítica da faculdade de julgar
DOI:
https://doi.org/10.5380/sk.v22i3.95231Palavras-chave:
Kant, estética, faculdade de julgar, suprassensível, pressuposição, princípio a priori.Resumo
Este ensaio objetiva discutir sobre as relações sistemáticas possíveis entre o sensível e o suprassensível a partir da Crítica da faculdade de julgar, obra publicada em 1790, passando também pelo breve ensaio O que quer dizer: orientar-se no pensamento, de 1786. A terceira Crítica pretende legitimar um princípio a priori de finalidade para a faculdade de julgar. No entanto, a investigação encontra diversas dificuldades, o que faz com que Kant chegue a pressuposições. Como a faculdade de julgar tem importância sistemática, moral, estética e teleológica, Kant se depara com as pressuposições nas quais se assentou o seu projeto crítico transcendental, chegando a uma investigação sobre o estatuto da pressuposição e os limites de acesso ao suprassensível.
Referências
ALLISON, H. Kant’s theory of taste: a reading of the critique of aesthetic judgment. New York: Cambridge University Press, 2001.
AMERIKS, K. How to save Kant’s deduction of taste. The Journal of Value Inquiry, v. 16, pp. 295-302, 1982.
BAYLE, P. Dictionnaire historique et critique. Paris: Desoer, 1820.
BECKENKAMP, J. Apresentação: O que quer dizer: orientar-se no pensamento? In: BECKENKAMP, J (Org.). Entre Kant e Hegel. Porto Alegre: EEdipucrs pp. 11-20, 2004.
BECKENKAMP, J (Org.). Entre Kant e Hegel. Porto Alegre: EEdipucrs 2004.
BEISER, F. The fate of reason: German philosophy from Kant to Fichte. Cambridge, Massachusetts, and London: Harvard University Press, 1987.
BRUXVOORT, B.; KRUEGER, J. (Org.). Kant’s moral metaphysics: God, freedom and immortality. Berlin/New York: Walter de Gruyter, 2010.
BUENO, V. C. A. Kant e o conceito de fé racional. O que nos faz pensar. Rio de Janeiro, n. 19, pp. 61-76, 2006.
CARVALHO, J. D. A ideia de substrato supra-sensível da humanidade. Philósophos - Revista de Filosofia, Goiânia, v. 10, n. 1, pp. 45-65, 2008.
CAYGIL, H. Fé. In: Dicionário Kant. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, pp. 143-146, 2000.
CHIGNEL, A. Real repugnance and belief about things-in-themselves: a problem and Kant’s three solutions. In: Bruxvoort, B.; Krueger, J (Org.). Kant’s moral metaphysics: God, freedom and immortality. Berlin/New York: Walter de Gruyter, pp. 177-209, 2010.
EISINGER, R. Onde (não) entram voz universal e sensus communis nos juízos-de-gosto? Studia Kantiana, Sociedade Kant Brasileira, v. 16, n. 1, pp. 75-101, 2018.
ESPINOSA, B. Ética. Tradução de Grupo de Estudos Espinosanos. São Paulo: Edusp, 2015.
FIGUEIREDO, V. Sobre abismos, pontes e travessias. Con-Textos Kantianos, Madrid, n. 12, pp. 143-172, 2020.
FIRESTONE, C. L.; JACOBS, N (Org.). In defense of Kant’s religion. Bloomington: Indiana University Press, 2008.
FORSCHNER, M. Glaube. In: Willaschek, M.; Stolzenberg, J.; Mohr, G.; Bacin, S (Org.). Kant-lexicon. Berlin: Walter de Gruyter, pp. 858-861, 2021.
FISCHER, N. (Org.). Kants Metaphysik und Religionsphilosophie. Hamburg: Meiner, 2004.
GUYER, P. Kant and claims of taste. New York: Cambridge University Press, 1997.
HAMM, C. “Jogo livre” e “sentido comum” na teoria estética kantiana. Estudos Kantianos, Marília, v. 5, n. 1, pp. 69-80, 2017.
HEGEL, F. Curso de estética. Tradução de Marco Aurélio Werle e Oliver Tolle. V. 1-4. São Paulo: Edusp, 1999-2004.
HÖFFE, O. Immanuel Kant. Tradução de Christian Viktor Hamm e Valerio Rohden. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
JACOBI, F. H. Sobre a doutrina de Espinosa em cartas ao senhor Moses Mendelssohn. Tradução de Juliana Martoni. Campinas: Editora da Unicamp, 2021.
JACOBI, F. H. Werke. Hamburg, Stuttgart: Meiner, Frommann-Holzboog, 1998 ss.
JACOBI, F. H. David Hume über den Glauben oder Idealismus und Realismus: Jacobi na Fichte. Hamburg: Felix Meiner Verlag, 2019.
KANT, I. A religião nos limites da simples razão. Tradução de Ciro Mioranza. São Paulo: Lafonte, 2017.
KANT, I. Correspondence. Tradução de Arnulf Zweig. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
KANT, I. Crítica da faculdade de julgar. Tradução de Fernando Costa Mattos. Petrópolis: Vozes, 2016.
KANT, I. Crítica da razão prática. Tradução de Valerio Rohden. Edição Bilíngue. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
KANT, I. Crítica da razão pura. Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. 5ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. Tradução de Guido Antônio de Almeida. São Paulo: Discurso Editorial Barcarolla, 2009.
KANT, I. Gesammelte Schriften: herausgegeben von der Deutschen Akademie der Wissenschaften. Berlin: Walter de Gruyter, 1902-.
KANT, I. Immanuel Kant: Textos seletos. Tradução de Floriano de Souza Fernandes e Raimundo Vier. Petrópolis: Vozes, 2005.
KANT, I. Manual dos cursos de lógica geral. Tradução de Fausto Castilho. Campinas: Editora da Unicamp, 2014.
KANT, I. O conflito das faculdades. Tradução de André Rodrigues Ferreira Perez e Luiz Gonzaga Camargo Nascimento. Petrópolis: Vozes, 2021.
KANT, I. O que quer dizer: orientar-se no pensamento?. In: Beckenkamp, J (Org.). Entre Kant e Hegel. Tradução de Joãosinho Beckenkamp. Porto Alegre: EEdipucrs pp. 21-39, 2004.
KANT, I. Os progressos da metafísica. Tradução de Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 2018.
KANT, I. What does it mean to orient oneself in thinking? In: Religion within the boundaries of mere reason and other writings. Tradução de Wood Allen e George Di Giovanni. Cambridge: Cambridge University Press, pp. 1-14, 1998.
KULENKAMPFF, J. A chave da crítica do gosto. Tradução de Valerio Rohden. Studia Kantiana, Sociedade Kant Brasileira, v. 3, n. 1, pp. 7-28, 2001.
KULENKAMPFF, J. Kants Logic des ästhetischen Urteils. Frankfurt am Main: Klostermann, 1978.
KULENKAMPFF, J. Do gosto como uma espécie de sensus communis ou sobre as condições da comunicação estética. In: Rohden, V (Org.). 200 anos da Crítica da faculdade do juízo de Kant. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Instituto Goethe, pp. 65-82, 1992.
LEBRUN, G. Kant e o fim da metafísica. Tradução de Carlos Alberto Ribeiro de Moura. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
MENDELSSOHN, M. Gesammelte Schriften, Jubiliiumsausgabe. Stuttgart: Holzborg, 1971.
MENDELSSOHN, M. Schriften zur Philosophie, Aesthetik und Politik. Hildesheim: Olms, 1968.
MODEL, A. Zu Bedeutung und Ursprung von “Übersinnlicht” bei Immanuel Kant. Archiv für Begriffsgeschichte, Hamburg, v. 30, pp. 183-191, 1986.
RIND, M. Can Kant’s Deduction of Judgments of Taste Be Saved? Archiv für Geschichte der Philosophie, Berlin, v. 84, pp. 20-45, 2002.
RUFFING, M. Comunidade, senso comum e igreja invisível em Kant. Tradução de Monique Hulshof. Discurso, São Paulo, n. 42, pp. 163-181, 2012.
SANTOS, L. R. A razão bem temperada: do princípio do gosto em filosofia e outros ensaios kantianos. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2022.
SANTOS, L. R. Kant e a ideia de uma poética da natureza. Philosophica, Lisboa, v. 29, pp. 19-34, 2007.
SANTOS, L. R. Metáforas da razão ou economia poética do pensar kantiano. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994.
SANTOS, L. R. Técnica da natureza. Reflexões em torno de um tópico kantiano. Studia Kantiana, Sociedade Kant Brasileira, n. 9, pp. 118-160, 2009.
SCHELLING, F. Friedrich Wilhelm Joseph Schelling Historisch-kritische Ausgabe. Stuttgart/Bad Cannstatt: Frommann-Holzboog, 1994.
SCHILLER, F. A educação estética do homem numa série de cartas. Tradução de Roberto Schwarz e Márcio Suzuki. São Paulo: Iluminuras, 1989.
SCWAIGER, C. Denken des “Übersinnlichen” bei Kant. Zu Herkunft und Verwendung einer Schlüsselkategorie seiner praktischen Metaphysik. In: Fischer, Nobert (Org.). Kants Metaphysik und Religionsphilosophie. Hamburg: Meiner, pp. 331-345, 2004.
VAINHINGER, H. A filosofia do como se: sistema das ficções teóricas, práticas e religiosas da humanidade, na base de um positivismo idealista. Tradução de Johannes Kretschmer. Chapecó: Argos, 2011.
WIEBE, D. The Ambiguous Revolution: Kant on the Nature of Faith. Scottish Journal of Theology, v. 3, n. 6, pp. 515-532, 1980.
WILLASCHEK, M. et al (Org.). Kant-lexicon. Berlin: Walter de Gruyter, 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Carolina Miranda Sena

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores mantém os direitos de republicação, sob condição de indicação de primeira publicação na Studia Kantiana.
Autores cedem o direito aos editores de vincular seus artigos em futuras bases de dados.
Todo o conteúdo desta revista está licenciado sob a Licença Internacional Creative Commons 4.0 (CC BY 4.0)