O solipsismo prático e o pecado original na Religião nos Limites da Simples Razão
DOI:
https://doi.org/10.5380/sk.v20i3.91496Palavras-chave:
amor de si, solipsismo moral, felicidade, natureza humana, liberdade.Resumo
O objetivo do presente artigo é evidenciar as bases de um solipsismo moral na filosofia prática kantiana. Na Crítica da razão prática, Kant define o solipsismo moral como um sistema de satisfação das inclinações, cuja finalidade é a felicidade própria. Em razão disso, é necessário demonstrar de que forma uma ação egoísta pode ser classificada como livre e de que maneira acontece a anulação do efeito do sentimento de respeito à lei na disposição de ânimo do ser humano. Para isso, analisaremos, inicialmente, o conceito de pecado original em Kant como o desejo de não se abster daquilo que a lei moral proíbe. Em seguida, examinaremos a forma do imperativo egoísta na razão prática, pois o ser racional finito se reconhece como o fim último da sua vontade, ou seja, como o único ser livre. E, por fim, indicaremos que o autoengano é uma forma de anulação do efeito do sentimento moral na receptividade da lei moral pelo ser humano.
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