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Transcendental, vida e indeterminação – a propósito da Crítica da faculdade de julgar e da Naturphilosophie de Schelling

Francisco Prata Gaspar

Resumo


Ao discutir a presença da terceira Crítica na obra inicial de Schelling, o artigo pretende mostrar como a vida e o ser organizado, tal como pensados por Kant nos marcos conceituais da faculdade de julgar reflexionante, se revelam ao jovem Schelling como um problema, cuja solução o conduzirá progressivamente à formulação de uma Naturphilosophie e ao abandono da filosofia transcendental. A vida e, a fortiori, a natureza terão de se constituir como uma atividade anterior e mesmo fundante da autoconsciência transcendental, deixando esta de ser o sujeito do saber para se tornar seu objeto. Ao final, o artigo procura traçar algumas consequências especulativas e práticas dessa nova concepção de razão, de ser e de filosofia.

Palavras-chave


Kant; Schelling; filosofia transcendental; juízo reflexionante; Naturphilosophie

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/sk.v20i1.90913

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