Sobre a distinção entre prudência e moralidade em Kant e Crusius: considerações sobre a origem da doutrina do imperativo categórico

Autores

  • Bruno Cunha Universidade Federal de São João del Rei (São João del Rei, Brasil)

DOI:

https://doi.org/10.5380/sk.v17i1.89924

Palavras-chave:

prudência, vontade, moralidade, liberdade, imperativo categórico.

Resumo

É indiscutível a extensão da originalidade e da importância da ética de Kant. O que talvez não seja tão evidente é que a filosofia moral de Kant como um todo não foi uma teoria subitamente construída, mas dependeu de um extenso e profundo debate com a tradição filosófica, sobretudo, a representada pela escolástica alemã, com uma consequentemente apropriação ou assimilação de vários de seus aspectos. No que diz respeito a história do desenvolvimento da doutrina do imperativo categórico, em particular, não é possível ser indiferente í  influência da filosofia prática do filósofo e teólogo alemão do iluminismo, Christian August Crusius. Meu objetivo nesse artigo é , dessa forma, o de tentar identificar, levando em conta a distinção da praxis em necessidade problemática e moral e o contraste entre prudência e moralidade, alguns pontos de interseção entre as filosofia morais de Crusius e Kant em sua origem.

Biografia do Autor

Bruno Cunha, Universidade Federal de São João del Rei (São João del Rei, Brasil)

Professor adjunto na Universidade Federal de São João del Rei, Departamento de Filosofias e Métodos (DFIME)

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Publicado

2023-06-08

Como Citar

Cunha, B. (2023). Sobre a distinção entre prudência e moralidade em Kant e Crusius: considerações sobre a origem da doutrina do imperativo categórico. Studia Kantiana, 17(1), 101–126. https://doi.org/10.5380/sk.v17i1.89924

Edição

Seção

Artigos