Representações sensíveis e apercepção originária
DOI:
https://doi.org/10.5380/sk.v16i3.89811Palavras-chave:
sentidos, consciência, percepção, entendimento, apercepçãoResumo
Embora seja bastante claro que Kant atribua a animais não-racionais algo pelo menos bastante próximo do que em nós chamamos de representação, bem como uma faculdade da sensibilidade, ele lhes nega entendimento e cognição ou conhecimento. Mais relevante, contudo, é observar que Kant nega aos animais não-racionais a possibilidade de cognição porque, segundo ele, eles não têm capacidade de consciência. Meu propósito nesse texto é examinar algumas observações kantianas sobre capacidades cognitivas visando a explicar por que mesmo nossa faculdade dos sentidos pode ser dita especificamente humana em função da relação dos sentidos com a apercepção, em particular, em razão da relação entre percepção e unidade originariamente sintética da apercepção.
Referências
ALLAIS, L. Manifest reality: Kant’s idealism and his realism, Oxford: Oxford University Press, 2015.
CONANT, J. “Why is Kant not a Kantian”, In: Philosophical Topics, 44(1), 2016, pp. 75-125
FAGGION, A. “Bookreview: Kant and Non-Conceptual Content”. Manuscrito – Rev. Int. Fil., 36 (2), 2013, pp. 343-354
FONSECA, R. D. “Percepção Objetiva, Espaço Egocêntrico e Não-Conceitualismo Kantiano: Uma Primeira Aproximação”, In: KANT E-PRINTS (ONLINE), v. 12, p. 104-130, 2017.
GINSBORG, H. “Was Kant a nonconceptualist?”, In: Philosophical Studies 137(1), 2008, pp. 65-77
GRIFFITH, A. “Perception and the categories: a conceptualist reading of Kant’s Critique of pure reason”. European journal of Philosophy 20(2), 2010, pp. 193-222
HANNA, R. “Kantian non-conceptualism”, In: Philosophical Studies, 137(1), 2008, pp. 41-64
HEIDEMANN, D. H. (ed.) Kant and Non-Conceptual Content. London, Routledge: 2013.
KANT, I. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Trad. Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2009.
KANT, I. “Letter to Marcus Hertz, May 26th 1789”. trad. A. Zweig, Correspondence (The Cambridge edition of the works of Immanuel Kant), Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
KANT, I. Crítica da razão prática. Trad. Valeiro Rohden, Martins Fontes, 2015.
KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Fernando C. Mattos, Editora Vozes, 2012.
KANT, I. Lectures on logic (The Cambridge edition of the works of Immanuel Kant), Trad. J. M. Young. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.
KANT, I. Lectures on Metaphysics (The Cambridge edition of the works of Immanuel Kant). Trad. K. Ameriks and S. Naragon. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.
KANT, I. Lógica de Jäsche. Trad. de Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1992.
LAND, T. “Kantian Conceptualism”, In: ABEL, G. & CONANT, J. (eds) Rethinking Epistemology. De Gruyter, 2011, p. 197-239
McLEAR, C. “Kant on animal consciousness”. Philosophers’ Imprint, 11(15), 2011, pp. 1-16
TOLLEY, C. “The meaning of perception in Kant and his historical context”, In: WAIBEL, Violetta, RUFFING, Margit, WAGNER, David. Acten des XII. Internationalen Kant-Kongresses. Berlin/Boston: De Gruyter, 2018, pp. 3243-3252.
TOLLEY, C. “The non-conceptuality of the content of intuitions: a new approach”, In: Kantian review 18(1), 2013, pp. 107-136
TORRES, J. C. B. “Determinação categoria e síntese da apreensão”, In: Studia Kantiana. V. 6, n 6/7, 2008.
ZÖLLER, G. “Of empty thoughts and blind intuitions, Kant’s answer to McDowell”, In: Trans-/Form/Ação. 3 (1), 2010, pp. 56-96
ZÖLLER, G. “Not Seeing and Seeing Nothing. Kant On the Twin Conditions of Objective Reference" (Não vendo e vendo nada. Kant sobre as duplas condições de referência)”, In: Kant e-Prints, Series 2, 8 (2), 2013, pp. 1-21.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Silvia Altmann

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores retêm os direitos autorais (copyright) de suas obras e concedem à revista Studia Kantiana o direito de primeira publicação.
Autores cedem o direito aos editores de vincular seus artigos em futuras bases de dados.
Todo o conteúdo desta revista está licenciado sob a Licença Internacional Creative Commons 4.0 (CC BY 4.0)

