Observações críticas acerca da prova kantiana da objetividade das representações na Dedução Transcendental das Categorias
DOI:
https://doi.org/10.5380/sk.v16i1.89781Palavras-chave:
Kant, dedução transcendental, objetividade, ceticismo, idealismo transcendentalResumo
De acordo com uma tradicional linha interpretativa, a Dedução Transcendental apresentada por Kant na Crítica da Razão Pura contém um argumento anti-cético que se propõe a provar a objetividade de nossas representações mentais. Embora acreditemos que esta seja uma interpretação correta da Dedução, o presente artigo pretende questionar o real alcance deste seu argumento anti-cético. Segundo nossa análise, para provar a objetividade das nossas representações Kant precisa se comprometer com a tese de que a conformidade dos fenômenos à nossa faculdade de cognição não é meramente contingente, mas necessária. Porém, defenderemos que esta mesma tese nos obrigará a atribuir aos princípios regulativos da razão e/ou ao chamado "princípio de conformidade a fins" um papel por meio do qual eles afetarão de maneira negativa os resultados "anti-céticos" supostamente obtidos pelo argumento da Dedução.
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