Observações críticas acerca da prova kantiana da objetividade das representações na Dedução Transcendental das Categorias
DOI:
https://doi.org/10.5380/sk.v16i1.89781Palavras-chave:
Kant, dedução transcendental, objetividade, ceticismo, idealismo transcendentalResumo
De acordo com uma tradicional linha interpretativa, a Dedução Transcendental apresentada por Kant na Crítica da Razão Pura contém um argumento anti-cético que se propõe a provar a objetividade de nossas representações mentais. Embora acreditemos que esta seja uma interpretação correta da Dedução, o presente artigo pretende questionar o real alcance deste seu argumento anti-cético. Segundo nossa análise, para provar a objetividade das nossas representações Kant precisa se comprometer com a tese de que a conformidade dos fenômenos à nossa faculdade de cognição não é meramente contingente, mas necessária. Porém, defenderemos que esta mesma tese nos obrigará a atribuir aos princípios regulativos da razão e/ou ao chamado "princípio de conformidade a fins" um papel por meio do qual eles afetarão de maneira negativa os resultados "anti-céticos" supostamente obtidos pelo argumento da Dedução.
Referências
ALLISON, H. “Reflective judgment and the application of logic to nature: Kant’s deduction of the principle of purposiveness as an answer to Hume”. In. ALLISON, H. Essays on Kant, pp. 177-188. Oxford: Oxford University Press, 2012.
ALLISON, H. “Transcendental Affinity – Kant’s Answer to Hume”. In: BECK L. W. (ed.). Proceedings of the Third International Kant Congress, pp. 203-11. Dordrecht: D. Reidel Publishing Company, 1972.
ALMEIDA, G. A. “Consciência de si e conhecimento objetivo na ‘Dedução Transcendental’ da ‘Crítica da Razão Pura’”, Analytica, v. 1, n. 1 (1993), pp. 187-219.
ALMEIDA, G. A. “Kant e o “Escândalo da Filosofia””. PEREZ D. O. (org.). Kant no Brasil, pp. 137-66. São Paulo: Escuta, 2005.
AMERIKS, K. “Kant’s Transcendental Deduction as a Regressive Argument”, Kant- Studien, 69 (1978), pp. 273-87.
DICKERSON, A. B. Kant on Representation and Objectivity. New York: Cambridge University Press, 2004.
FAGGION, A. Dedução Transcendental e Esquematismo Transcendental: O problema da possibilidade e da necessidade da constituição de objetos em Kant. Tese de Doutorado. UNICAMP, 2007. Versão digital em http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000415265&opt=4
FAGGION, A. “O problema da causalidade à luz do naturalismo de Hume e do Criticismo de Kant. In. KLEIN J. T. (org.). Comentários às obras de Kant: Crítica da Razão Pura, pp. 343-413. Florianópolis: NEFIPO, 2012.
GUYER, P. Kant and the claims of Knowledge. Cambridge: Cambridge University Press, 1987.
GUYER, P. Knowledge, reason and taste: Kant’s response to Hume. Princeton and Oxford: Princeton University Press, 2008.
HUME, D. A Treatise of Human Nature. Volume 1. David Fate Norton and Mary J. Norton (ed.). Oxford: Oxford University Press, 2007.
HUME, D. An Enquiry concerning Human Understanding. Tom L. Beauchamp (ed.). Oxford: Oxford University Press, 1999.
HUME, D. Tratado da Natureza Humana. Trad. Serafim da Silva Fontes. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.
KANT, I. Crítica da Faculdade do juízo. 2ª ed. Trad. Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.
KANT, I. Crítica da razão pura. 5ª ed. Trad. Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.
KANT, I. Critique of pure reason. Trad. Paul Guyer e Allen W. Wood. Cambridge: Cambridge University Press, 1998.
KANT, I. Critique of the power of judgment. Trad. Paul Guyer and Eric Matthews. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
KANT, I. Prolegomena to Any Future Metaphysics That Will Be Able to Come Forward as
Science. Trad. Gary Hatfield. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.
NOONAN, H. Hume on knowledge. London and New York: Routledge, 1999.
STRAWSON, P. F. The Bounds of Sense: An Essay on Kant’s Critique of Pure Reason. London and New York: Routledge, 1966.
WESTPHAL, K. Kant’s transcendental proof of realism. New York: Cambridge University Press, 2004.
WOLFF, R. P. Kant’s Theory of Mental Activity: A Commentary on the Transcendental Analytic of the Critique of Pure Reason. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1963.
YOKOYAMA, F. "Leis causais empíricas na Segunda Analogia e a suposta dependência de uma “harmonia pré-estabelecida". Studia Kantiana. v. 13, n. 19 (2015), pp. 63-88
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores mantém os direitos de republicação, sob condição de indicação de primeira publicação na Studia Kantiana.
Autores cedem o direito aos editores de vincular seus artigos em futuras bases de dados.
A Studia Kantiana utiliza a licença Creative Commons: Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International (CC BY-NC-ND 4.0)
Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
Sem Derivações — Se você remixar, transformar ou criar a partir do material, você não pode distribuir o material modificado.