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Intuições cegas são aparecimentos

Olavo Calábria Pimenta

Resumo


Procuro determinar o que se deve entender por uma intuição que é cega pela ausência de conceito. Para isto, identifico inicialmente os diversos significados em que o termo "intuição" é utilizado por Kant e, em seguida, investigo se há, em cada um destes casos, alguma cegueira e como isto poderia ser entendida. Concluo que a cegueira da intuição sem conceitos concerne propriamente aos aparecimentos [Erscheinungen], entendidos como "objetos indeterminados da intuição empírica" (A20/B34). Em segundo lugar, percebo que também é possível atribuir uma cegueira, embora com menor propriedade, ao ato de intuição (o intuir), embora somente enquanto este ato corresponda a produção dos aparecimentos. Já em relação a intuição no significado de representação mental, sejam elas desconectadas (como as sensações e a multiplicidade pura originária dos sentidos) ou reunidas num todo (como as intuições empíricas e as formais), não encontrei qualquer justificativa para atribuir-lhes algum tipo de cegueira que correspondesse a falta de intervenção de representações conceituais.


Palavras-chave


Intuições cegas, Conceitos vazios, Aparecimento, Imaginação, Entendimento

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/sk.v15i2.89213

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