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"Jogo livre" e a "sensificação de ideias" na Crítica do juízo de Kant

Christian Hamm

Resumo


Na discussão acerca da relação sistemática entre as diversas doutrinas expostas na Primeira Parte da Crítica do Juízo, a questão da ligação entre o juízo de gosto estético e um determinado tipo de possíveis objetos de tal juízo, a saber, dos produtos da Arte, é de grande importância, contudo não suficientemente esclarecida por Kant. - Ainda que, em virtude da fundamentação do juízo de gosto na base de uma atividade (receptiva) genuinamente "estética", i.e., determinada por um jogo livre das faculdades de conhecimento, qualquer forma de orientação conceitual-objetiva fique rigorosamente descartada, a introdução da figura (produtiva) da "ideia estética", no contexto posterior da "Arte do gênio", parece desmentir este primeiro princípio, já que, com isso, entra, como novo elemento constitutivo, a razão, elemento esse que ficou explicitamente excluído na exposição inicial da atividade de reflexão estética, caracterizada como jogo livre apenas entre as faculdades de conhecimento entendimento e a imaginação. - Neste trabalho, pretende-se analisar essa constelação problemática e tentar encontrar um caminho para conciliar os dois elementos doutrinais aparentemente contraditórios, com base na afirmação posterior de Kant (§ 60), segundo a qual o gosto "no fundo" nada mais é do que "uma faculdade de ajuizamento da sensificação de idéias morais, mediante uma certa analogia de reflexão"


Palavras-chave


Crítica do Juízo, jogo livre, ideias estéticas, ideias morais, antinomia do gosto

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Referências


KANT, I. Kritik der Urteilskraft. (Gesammelte Schriften. Bd. V. Hrsg.: Preussische Akademie der Wissenschaften, Deutsche Akademie der Wissenschaften zu Berlin, Akademie der Wissenschaften zu Göttingen). Berlin: de Gruyter, 1900 ss.

ODEBRECHT, R. Form und Geist: Der Aufstieg des dialektischen Gedankens in Kants Ästhetik, Berlin: Junker & Dünnhaupt, 1930.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/sk.v13i19.89087

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