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Resiliência eleitoral dos presidentes latino-americanos após a crise de 2008 e o refluxo da onda rosa

Diego Sanches Corrêa

Resumo


RESUMO Introdução: Pretende-se explicar a capacidade de sobrevivência eleitoral dos presidentes latino-americanos em condições de instabilidade econômica e política. Materiais e Métodos: Foram testadas três hipóteses. Presidentes possuem maior capacidade de sobreviver eleitoralmente quando: 1) controlam o Legislativo; 2) controlam a sociedade civil e 3) são alinhados à esquerda radical. As variáveis utilizadas pelo trabalho são binárias e o método utilizado foi a Análise Comparada Qualitativa. Resultados: Por um lado, nenhuma das variáveis independentes é, isoladamente, condição necessária ou suficiente para a sobrevivência eleitoral dos presidentes latino-americanos. Por outro lado, elas demonstram que o controle do Legislativo e da sociedade civil garante a sobrevivência de presidentes alinhados a qualquer ideologia e que presidentes radicais de esquerda sobrevivem politicamente mesmo na ausência destes controles. Discussão: Os resultados ajudam a explicar um fato intrigante da conjuntura política latino- americana pós-crise global de 2008: a forte resiliência de alguns presidentes em situações altamente adversas. Enquanto alternâncias de poder ocorreram em diversos países governados pelo mesmo partido há mais de uma década, em outros mecanismos de accountability eleitoral parecem ter falhado para promover rotatividade de governo.

PALAVRAS-CHAVE: eleições presidenciais; América Latina; esquerda radical; sobrevivência eleitoral; QCA.

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