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UMA ANÁLISE DAS LIMITAÇÕES ESTRUTURAIS DO MERCOSUL A PARTIR DAS POSIÇÕES DA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA

Marcelo Passini Mariano, Haroldo Ramanzini Júnior

Resumo


O objetivo deste trabalho consiste em analisar a construção do que chamamos de “modelo de Mercosul”presente na política externa brasileira, desde o início da década de 1990 até a segunda metade da décadade 2000. Partindo do pressuposto de que as posições do Brasil têm um papel relevante na definição doarcabouço do processo de integração, a hipótese é que o padrão de comportamento brasileiro limita aamplitude do bloco, principalmente no que se refere à questão do seu aprofundamento, pois envolvequestões como o comprometimento com as decisões tomadas, a legitimidade dos mecanismos institucionaiscriados, a coordenação das expectativas dos diversos atores domésticos e, principalmente, o alcance dasmedidas propostas para solucionar ou diminuir as assimetrias existentes entre os estados. As posiçõesbrasileiras são fundamentadas na lógica da intergovernamentalidade e são mais adaptadas à expansãodo bloco do que propriamente ao seu aprofundamento. O artigo aborda os aspectos formadores do padrãode comportamento externo do Brasil e, em seguida, procura identificar as principais linhas de atuação dopaís em relação ao bloco no período analisado. Um dos argumentos principais do artigo diz respeito àssucessivas crises institucionais do Mercosul, procurando relacioná-las aos limites estruturais desse modelo,que é compatível com os elementos formadores da política externa brasileira, mas que não tem se mostradosuficiente para sustentar um processo de aprofundamento da integração.

Palavras-chave


Mercosul; política externa brasileira; Itamaraty; integração regional

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