JÁ NÃO SE FAZEM MAIS MÁQUINAS POLÍTICAS COMO ANTIGAMENTE: COMPETIÇÃO VERTICAL E MUDANÇA ELEITORAL NOS ESTADOS BRASILEIROS
DOI:
https://doi.org/10.5380/rsp.v18i35.31602Palavras-chave:
Política brasileira, eleições estaduais, federalismo, clientelismo, política social.Resumo
Este trabalho procura fornecer elementos para o entendimento das recentes mudanças verificadas no cenárioeleitoral dos estados mais pobres e de menor competitividade eleitoral do país. O trabalho tem comoobjetivo identificar os fatores por trás da série de vitórias obtidas por coalizões de centro-esquerda naseleições estaduais de 2002 e 2006, em paralelo ao enfraquecimento dos antigos chefes políticos. Duashipóteses são elaboradas para dar conta dessas transformações. Primeiro, argumenta-se que, no federalismomultipartidário construído no Brasil, a competição vertical entre os governos federal e estadual naoferta de políticas sociais atua no sentido de constranger as estratégias de distribuição de patronagem econtrole da arena eleitoral dos chefes políticos estaduais. Em segundo lugar, o artigo argumenta que osistema eleitoral brasileiro tende a promover a fragmentação política e a aumentar os custos de formaçãode coalizões vencedoras, ao mesmo tempo em que a ausência de partidos políticos fortes dificulta a estabilizaçãoda competição inter-elite e das redes de patronagem controladas pelos governos estaduais. Aanálise empírica apóia-se em técnicas de análise de regressão linear e correlação linear simples, de modoa explorar a conexão entre a política nacional e estadual ao longo dos anos 1990 e 2000. Por fim, o artigoanalisa em detalhe o declínio da máquina política do Partido da Frente Liberal (PFL) na Bahia, que haviadominado a política estadual por décadas, no contexto da vitória do Partido dos Trabalhadores (PT) naseleições para Governador em 2006. Essa seção desenvolve um modelo de regressão linear para testar oimpacto da dinâmica política local e dos gastos federais de combate à pobreza (Bolsa Família) sobre odesempenho eleitoral do PT em 2006. O trabalho conclui que as instituições democráticas brasileirasconspiram contra a sobrevivência da chefia política no nível estadual, o que indica a necessidade dereavaliar as visões já estabelecidas sobre a política estadual.Downloads
Como Citar
Borges, A. (2010). JÁ NÃO SE FAZEM MAIS MÁQUINAS POLÍTICAS COMO ANTIGAMENTE: COMPETIÇÃO VERTICAL E MUDANÇA ELEITORAL NOS ESTADOS BRASILEIROS. Revista De Sociologia E Política, 18(35). https://doi.org/10.5380/rsp.v18i35.31602
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Artigos Originais
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