A DIFERENCIAÇÃO CENTRO-PERIFERIA COMO ESTRATÉGIA TEÓRICA BÁSICA PARA OBSERVAR A PRODUÇÃO CIENTÍFICA

Autores

  • Fabrício Monteiro Neves Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

DOI:

https://doi.org/10.5380/rsp.v17i34.29361

Palavras-chave:

Sociologia da Ciência, sociologia do conhecimento científico, estudos sociais da ciência e tecnologia, diferenciação social, relações centro-periferia.

Resumo

A ciência moderna tem utilizado uma semântica auto-explicativa que leva em conta diversas estratégias eníveis de análise. No nível da organização científica, a Sociologia da Ciência tem feito uso de diferenciaçõestais como ciência-sociedade e interesse-desinteresse. Essas formas teóricas de observação têm comopano de fundo a idéia de contexto social, em que se opera a produção do conhecimento científico. Porém, aliteratura sociológica da ciência não ressaltou suficientemente a diferenciação básica relativa ao sistemamundial de ciência e tecnologia, a saber, a diferenciação centro-periferia, que responderia pelo contextoterritorialmente diferenciado da produção científica e tecnológica, e que teria influência inclusive sobre oconteúdo do conhecimento científico produzido localmente. Este trabalho pretende rever a literatura daSociologia da Ciência, da Tecnologia e do Conhecimento Científico, ressaltando a maneira como essasmodalidades de pesquisa trataram tal diferenciação. Pretende-se, ademais, discutir teoricamente a utilidadeda diferenciação centro-periferia para os estudos sociológicos do conhecimento e a forma como essadiferenciação perpassa ortogonalmente as outras formas de diferenciar, incidindo inclusive naquelas formasrelacionadas ao conteúdo do conhecimento científico. O artigo argumenta que a Sociologia do ConhecimentoCientífico no Brasil é ainda tímida no que diz respeito ao estudo do conteúdo do conhecimentocientífico na periferia do sistema mundial de ciência e tecnologia. Há uma “maldição da ciência normal”no Brasil, uma concepção arraigada no imaginário local que afirma que há pouco a conhecer-se sobre oconteúdo do conhecimento autóctone. Contrariamente a essa concepção, o artigo pretende encorajar osestudos sobre a ciência, tecnologia e conhecimento científico na periferia, de modo a especificar o conteúdooriginal que perifericamente tem sido construído.

Biografia do Autor

Fabrício Monteiro Neves, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Fabrício Monteiro Neves (fabriciomneves@gmail.com) é Doutorando em Sociologia pela UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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Como Citar

Neves, F. M. (2009). A DIFERENCIAÇÃO CENTRO-PERIFERIA COMO ESTRATÉGIA TEÓRICA BÁSICA PARA OBSERVAR A PRODUÇÃO CIENTÍFICA. Revista De Sociologia E Política, 17(34). https://doi.org/10.5380/rsp.v17i34.29361

Edição

Seção

Artigos Originais