A QUESTÃO DA DESINDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.5380/ret.v10i1.32888Palavras-chave:
Desindustrialização, Doença Holandesa, Apreciação Cambial.Resumo
O presente artigo tem por objetivo analisar o debate sobre o processo de desindustrialização no Brasil na última década. A redução da participação da indústria de transformação no PIB brasileiro tem provocado um grande debate no meio acadêmico. De um lado, economistas heterodoxos defendem que o Brasil está passando por um processo de desindustrialização, por outro lado, economistas ortodoxos argumentam que na verdade está ocorrendo é um processo natural de desenvolvimento da economia brasileira e, que a desaceleração da indústria se deve mais a orientação excessiva das políticas macroeconômicas para a demanda que, ao reduzir o desemprego aumenta o custo de produção. Portanto, diante desse debate, com pressupostos antagônicos, a análise dos dados permitirá caracterizar a desaceleração industrial brasileira como sendo de desindustrialização precoce ou de desenvolvimento natural e, mostrar quais as causas do respectivo processo. A desaceleração da indústria é evidente, no entanto os dados não são suficientes para afirmar se o país sofre ou não de desindustrialização precoce, devido ao conjunto de subsetores industriais reagirem de forma diferenciada em relação aos indicadores tradicionais da desindustrialização. Estudos mostram que a desindustrialização começou antes que a renda per capita alcança-se nível de país desenvolvido, o que se contrapõe a hipótese de desenvolvimento natural. Portanto, é preciso cuidado ao se afirmar que o Brasil sofre de desindustrialização precoce ou natural.