Open Journal Systems

MAGIA E ENCANTAMENTO NO ISLÃ: AMULETOS E PRÁTICA RELIGIOSA POPULAR

Natasha Ferreira Martins, Maycon Torres, Thamires Guimarães

Resumo


Práticas mágicas são produtos religiosos semióticos e semanticamente sincréticos, articuladas com aspectos específicos das práticas religiosas populares. No islamismo, a magia se manifesta por meio de amuletos e talismãs, contendo os nomes de Deus e trechos do Corão. O objetivo deste artigo é delimitar práticas mágicas muçulmanas. Foi realizada uma revisão bibliográfica nas plataformas LILACS, Google Scholar e Scielo e nos registros de museus. Foram encontrados dados que revelam que o mal é representado de acordo com o imaginário de cada cultura e a ideia de mal no Islamismo, Allah é bondoso e soberano em tudo, predestinando a vida dos seres humanos e do mundo. Não há mal que se sobressaia ou se iguale a Ele, pois Ele é tudo que é e tudo o que não é. Os elementos mágicos mais recorrentes foram amuletos, anéis, a Mão de Fátima, além da forma do hexagrama e do pentagrama. Identificou-se as ideias de que Allah é o único capaz de abençoar ou livrar os seres humanos. O mal cumpre um papel na organização do mundo e existe porque Allah permite. Todos os desejos e orações são direcionados para Allah, e amuletos são usados para fortalecer as súplicas e o amor a Allah. Os amuletos têm diferentes padrões culturais e as frases do Alcorão são comuns neles.

Palavras-chave


Magia. Encantamento. Islamismo. Amuletos. Popular.

Texto completo:

PDF

Referências


Documentação

BRASIL. Código Penal de 1890. Decreto nº 847 de 11 de outubro de 1890. http://legis.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=66049

Processo de Horácio de Sá Pacheco. CS.O.PCR.306, 1907, Arquivo Nacional.

Processo de João Sany. CQ.O.PCR.472, 1908, Arquivo Nacional.

Bibliografia

ÖZAY, ALEV. "Camisa talismânica" em Discover Islamic Art, Museum With No Frontiers, Acedido em 12 de Junho de 2021 em : http://islamicart.museumwnf.org/database_item.php?id=object;isl;tr;mus01;18;en

BHUIYAN, P., KHATUN, Z., JAHAN, S., MORSHED, M., RAHMAN, S., AFSANA, N. A.; RAHMATULLAH, M. Use of Quranic verses, amulets, numerology, and medicinal plants for treatment of diseases: a case study of a healer in Narsinghdi district, Bangladesh. American-Eurasian Journal of Sustainable Agriculture, vol.7, n. 5, pp. 415-25, 2013.

BREGOLIN, D. B.; SANTOS, R. J. Candomblé e batuque: Abordagens a partir da Performance Ritual. Movendo Ideias, vol. 22, n. 2, pp. 27-34, 2018.

DARMAWAN, DARMAWAN. Interpretasi Esoteris Jihad dalam Tafsir Ibn'Arabi (Ta'wilat al-Kasyani). Quran and Hadith Studies, v. 9, n. 1, p. 25, 2020.

FREYRE, GILBERTO. Casa Grande e Senzala- Formação da Família Brasileira sob o Regime da Economia Patriarcal. Rio de Janeiro: Record, 30º Ed, 1995.

GALLEGO, R. S; LOZOYA, M.C; MARTÍNEZ, J. R. A. Estudio de un anillo con sello: Indicador arqueológico del ritual de enterramiento islámico y evidencia documental del primer asentamiento musulsán en Lurqa (Lorca, Murcia). Estudios sobre Patrimonio, Cultura y Ciencias Medievales, vol. 11, n. 12, pp. 195-214, 2013.

GEERTZ, CLIFORD. Observando o Islã: O Desenvolvimento Religioso no Marrocos e na Indonésia. Rio de Janeiro, Ed., 55, 2004.

MARTINS, NATASHA. Arte no Candomblé: uma leitura feminina das obras de Neves e Sousa. Repositório Universidade Lusófona de Lisboa, 2022.

MCGEOCH, G. Islã no Brasil: reflexões sobre educação e sociedade. Caminhos de Diálogo, vol. 7, n. 10, pp. 21-35, 2019.

MELVILLE, ELISABETH. A Residence at Sierra Leone. London: J. Murray, 1849.

MOTA, THIAGO. História Atlântica da Islamização na África Ocidental- Senegâmbia, Séculos XVI e XVII. Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de História Programa de Pós-Graduação em História, Belo Horizonte, MG, 2018.

MUSEU BRIT NICO, Londres. Acedido 29 de maio de 2021 em https://www.britishmuseum.org/

MUSEU DE ISRAEL, Jerusalém. Acedido em 29 de maio de 2021 em https://www.imj.org.il/en

MUSEU METROPOLITANO DE ARTE, Nova York. Acedido em 29 de maio de 2021 em https://www.metmuseum.org/

MUSEU NACIONAL DE ARTE AFRICANA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, Washington. Acedido em 29 de maio de 2021 em https://africa.si.edu/collections

MUSEU DO LOUVRE, Paris. Acedido em 29 de maio de 2021 em https://www.louvre.fr/es

NOGUEIRA, PAULO. Práticas mágicas no cristianismo primitivo: o estudo da religião popular nos amuletos cristãos. Caminhando, vol. 25, n. 1, 27-45, 2020.

REIS, JOÃO JOSÉ. Rebelião Escrava no Brasil- A História do Levante dos Malês em 1835. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

RIO, JOÃO DO. As Religiões no Rio. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, Coleção Biblioteca Manancial nº 47, 1976.

RODRIGUES, RAIMUNDO NINA. Os Africanos no Brasil. 5. ed. São Paulo: Nacional: vl. 9, 1977.

SANTA-CRUZ, N. S. La mano de Fátima. Revista Digital de Iconografía Medieval, vol. 5, n. 10, pp. 17-25, 2013.

SAVAGE-SMITH, Emilie. Magic and divination in early Islam. Ashgate Variorum. 2004.

SILVA, A. O. O monoteísmo islâmico. Revista Espaço Acadêmico, vol. 10, n. 115, pp. 125-136, 2010.

STOMPE, T.; BAUER, S.; ORTWEIN-SWOBODA, G.; SCHANDA, H.; KARAKULA, H.; RUDALEVICIENNE, P.; GSCHAIDER, S. Delusions of guilt: The attitude of Christian and Muslim schizophrenic patients toward good and evil and the responsibility of men. Journal of Muslim Mental Health, vol. 1, n. 1, pp. 43-56, 2006.




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rt.v12i1.90960