Open Journal Systems

DIVIDIR O PÃO: A CULTURA ENTRE A HISTÓRIA E A ANTROPOLOGIA

Maria Raquel da Cruz Duran, Maria Renata da Cruz Duran

Resumo


O presente artigo tem por finalidade mapear algumas conceituações da noção de cultura, especificamente àquelas que explicitam um diálogo entre a Antropologia e a História. Tal proposta surgiu da discussão de pontos de vista distintos sobre o conceito de cultura, compreendidos pelas autoras ora como aproximados ora como distanciados, segundo as formações acadêmicas de ambas as autoras. Justificado pela necessidade de clarificar os movimentos desta noção, oferecemos uma descrição de algumas proposições-chave da noção de cultura, objetivando a sistematização e a orientação de acadêmicos de ambos os cursos que estão iniciando as leituras acerca deste debate. Isto posto, este artigo é composto por um referencial bibliográfico antropológico e historiográfico, não utilizando-se de pesquisa de campo, fontes ou experimental.

 


Palavras-chave


Antropologia; História; Cultura.

Texto completo:

PDF

Referências


ANSART, P. História e memória dos ressentimentos. BRESCIANI, S. NAXARA, M. Memória e ressentimento. Indagações sobre uma questão sensível. Campinas: UNICAMP, 200?.

ATHIAS, R. A noção de identidade étnica na Antropologia brasileira: de Roquette Pinto a Roberto Cardoso de Oliveira / Apresentação Edvânia Torres. – Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2007.

BOAS, F. As limitações do método comparativo em Antropologia. In: Boas, Franz. Antropologia Cultural. Org. Celso Castro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. 109p.

BOAS, F. Os objetivos da pesquisa antropológica. In: Boas, Franz. Antropologia Cultural. Org. Celso Castro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. 109p.

BRANDÃO, C. R. Identidade e etnia: Construção da pessoa e resistência cultural. São Paulo: Brasiliense, 1986.

BURKE, P. Cultura popular na idade moderna. São Paulo: Cia das Letras, 1989.

BURKE, P. Linguagens e comunidades nos primórdios da Europa Moderna. São Paulo, Moderna, 2010.

CUNHA, M. C. Cultura com Aspas e Outros Ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2009.

CUNHA, M. C. Introdução a uma história indígena. In: História dos índios do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

DUARTE JR. J. F. O sentido dos sentidos – a educação do sensível. Curitiba: Criar Edições Ltda, 2001.

DUBY, G.; ARIES, P.; LA DURIE, E.R.; GOFF, J.L. História e nova história. Lisboa: Teorema, 1986.

EAGLETON, T. A ideia de cultura. São Paulo, Editora UNESP, 2005.

ELIAS, N. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 1996.

GIDDENS, A. Modernidade e identidade. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editores, 2002.

GOW, P. Da etnografia à história: “Introdução” e “Conclusão” de: Of mixed blood: kinship and history in Peruvian Amazônia. In: Cadernos de Campo, São Paulo, n. 14/15, pp. 197- 226, 2006. Disponível em: < DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v15i14-15p197-226>. Acessado em 18/8/2018.

HABERMAS, J. Mudança estrutural da esfera pública: investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984.

HOBSBAWUM, E. Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

LAPLANTINE, F. Aprender Antropologia. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991 [1ªed.1987].

LE GOFF, J. História e memória. Campinas: UNICAMP, 199?.

LÉVI-STRAUSS, C. Raça e história. Lisboa, Presença, 2010.

LÉVI-STRAUSS, C. Introdução: história e etnologia. In: LÉVI-

STRAUSS, C. Antropologia Estrutural. Vol. 1. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1985.

LÉVY, B. American Vertigo. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

MARCUSE, H. Eros e civilização: uma interpretação filosófica do pensamento de Freud. Rio de Janeiro:Zahar Editores, 1968.

MONDIN, B. O homem: quem é ele? Elementos de antropologia filosófica (trad. R. Leal Ferreira e M. ª S. Ferrari), São Paulo: Paulus, 2003. (1ed. 1980)

MOURA, M. Nascimento da Antropologia Cultural: A Obra de Franz Boas. São Paulo: Editora Hucitec, 2004.

PIERUCCI, A. O desencantamento do mundo. Todos os passos do conceito em Max Weber. São Paulo: Editora 34, 1992.

PINHEIRO, A.; BARROS, B.; BARBOSA, N.; SOUZA, A. A proteção aos conhecimentos das sociedades tradicionais na Amazônia; Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento: Há parceria possível? (p.241-259) In: SILVA BARROS, B.; LÓPEZ-GARCÉS, C.; PINTO

MOREIRA, E. e FERREIRA PINHEIRO, A. (Organizadores) Proteção aos conhecimentos das sociedades tradicionais. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi: Centro Universitário do Pará, 2006 (342p.)

RAMOS, A. Indigenismo: um orientalismo americano. In: Anuário Antropológico [Online], I | 2012, postado online no dia 01 de outubro de 2013, consultado no dia 20 de novembro 2013. URL: http://aa.revues.org/268 (pp.27-48)

SAHLINS, M. Cultura na prática. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2004a.

SAHLINS, M. Cosmologias do capitalismo: o setor trans-pacífico do ‘sistema mundial’. Cultura na Prática. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2004b.

SAHLINS, M. Esperando Foucault, ainda. São Paulo: Cosac & Naify, 2004c.

SAHLINS, M. História e cultura. Apologias a Tucídides. Rio de Janeiro, Zahar, 2006.

SAHLINS, M. O "pessimismo sentimental" e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um "objeto" em via de extinção (parte I e parte II). In: Mana, Rio de Janeiro , v. 3, n. 1, p. 41-73, Apr. 1997 . Available from . Acessado em 06/05/2020.

SAHLINS, M. Metáforas Históricas e Realidades Míticas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., [1ª ed. 1981] 2008.

STOCKING JR, G. W. Race, culture and evolution. Essays in the history of anthropology. Chicago/London: The University of Chicago Press, 1982.

STOCKING JR, G. W. Volksgeist as method and ethic. Essays on a Boasian Ethnography and the German Tradition. Madison/Wisconsin: The University of Wisconsin Press, 1996.

STOCKING JR, G. W. A formação da antropologia americana. 1883-1911. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2004.

VEYNE, P. Como se escreve a história; Foucault revoluciona a história. Brasília: UNB, 1998.

VIEIRA, R. Fernand Braudel: Um narrador, sim. In: Pós- História. Revista de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual Paulista/ Assis. V.8, 2000.

VIVEIROS DE CASTRO, E. “Transformação” na antropologia, transformação da “antropologia”. In: Mana, Rio de Janeiro, v. 18, n. 1, p. 151-171, Apr. 2012 . Disponível em: . Acessado em 1/8/2018.

VIVEIROS DE CASTRO, E. Araweté. Os deuses Canibais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1986.

WAGNER, R. A invenção da cultura. São Paulo, Cosac Naif, 2010 (1975)

WEBER, M. A ética protestante e o espírito do Capitalismo. São Paulo: Editora Pioneira, 2000.




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rt.v9i1.73694