O INÍCIO DA HIERARQUIZAÇÃO NO CRISTIANISMO PRIMITIVO NA Iª CARTA DE CLEMENTE AOS CORÍNTIOS (SÉC. I D.C.)
DOI:
https://doi.org/10.5380/rt.v8i1.67925Palavras-chave:
Cristianismo primitivo, comunidades cristãs, I Clemente, hierarquização.Resumo
O presente artigo tem como objetivo discutir o início da hierarquização no cristianismo primitivo através da problematização do caso específico da comunidade coríntia, presente na I Carta de Clemente aos Coríntios. A I Carta de Clemente aos Coríntios é datada pela maioria dos estudiosos de meados da década de 90 d. C. Escrita em Roma por Clemente, além de dar conselhos, o autor intenta manter a unidade entre os membros da ekklesia. O autor da carta aponta que existe uma insurreição no interior da comunidade, a finalidade do texto é manter a união fraterna dos fiéis coríntios, pois segundo Clemente, as autoridades religiosas instituídas foram depostas por membros mais jovens. Dessa maneira, veremos que a submissão a uma hierarquia era algo que Clemente queria que os fiéis reproduzissem. Sua concepção de ekklesia sob a ótica de uma submissão, obediência e humildade se contrapõe à situação vivida na comunidade de Corinto daquele momento, que, segundo o próprio autor, estava dividida por interesses pessoais.
Referências
FONTES
BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 2002.
CLEMENT. First Letter of Clement. In: The Apostolic Fathers I. Edited and Translated: Bart D. Ehrman. The Loeb Classical Library. Cambridge, Massachusetts: Harvard University.
BIBLIOGRAFIA
BOURDIEU, Pierre. A Economia das Trocas Simbólicas. Coleção Estudos, dirigida por J. Guinsburg, 6ª ed., São Paulo: Perspectiva, 2009.
BOURDIEU, Pierre. Razões Práticas: sobre a teoria da ação. 11 ed. Tradução: Mariza Corrêa; Campinas: Papirus, 1996.
CAMPOS, Ludimila Caliman. “Um Bispo, um Deus, uma ekklesia”: A formação do episcopado monárquico no Alto Império. Dissertação (Mestrado em História) 2011. 203f, Universidade Federal do Espírito Santo, Espírito Santo, 2011. Disponível em: http://repositorio.ufes.br/bitstream/10/3458/1/tese_4627_Ludimila_Caliman_Campos.pdf. Acessado em: 15 jan. 2018.
COENEN, L.; BROWN, C. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, v. 1, São Paulo: Vida Nova, 2000.
COENEN, L.; BROWN, C. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, v. 2, São Paulo: Vida Nova, 2000.
CHEVITARESE, André L. Cristianismo e Império Romano. In: Repensando o Império
Romano: perspectiva socioeconômica, política e cultural. Rio de Janeiro: Mauad, Vitória, ES: EUFES, 2006, p. 161-173.
EHRMAN, Bart D. Introduction. In: The Apostolic Fathers I. Edited and Translated: Bart D. Ehrman. The Loeb Classical Library. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 2005, p. 18-33.
GUARINELLO, Norberto Luiz. Império Romano e Identidade Grega. In: Funari, P. P. A., SILVIA, M. A. de O. (orgs.). Política e identidades no mundo antigo. São Paulo: Annablume; Fapesp, 2009, p. 147-161.
JAEGER, Werner. Cristianismo Primitivo e Paideia Grega. Tradução: Terese Louro Pérez; Lisboa: Edições 70, 2002.
KOESTER, Helmut. Introdução ao Novo Testamento - volume 2: História e Literatura do Cristianismo Primitivo. São Paulo: Paulus, 2005
LEITE, Francisco Benedito. A metáfora do corpo na I Carta de Clemente de Roma aos Coríntios (37, 5 – 38, 1): uma análise dialógica. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) 2012. 162f. Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2012.
MEEKS, Wayne A. Os Primeiros Cristãos Urbanos: O mundo social do apóstolo Paulo. Tradução: I. F. L. Ferreira, Santo André: Academia Cristã/Paulus Editora, 2015.
MELO, José Joaquim Pereira. São Clemente Romano e sua Carta aos Coríntios: aspectos da educação cristã. Revista Brasileira de História das Religiões, ANPUH, ano V, n. 13, Maio 2012. Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/RbhrAnpuh/article/view/30258/15856. Acessado em: 17 dez. 2017.
MENDES, Norma Musco. O Sistema Político do Principado. In: Silva, G. V.; Mendes, N. M.(orgs). In: Repensando o Império Romano: Perspectivas Socioeconômicas, Política e Cultural. Rio de Janeiro: Mauad; Vitória, ES: EUFES. 2006, p. 21-51.
MIRANDA, Valtair A. Apocalipse de João e Clemente Romano como fontes para uma discussão do contexto histórico-social das comunidades cristãs do final do primeiro século. Rev. Oracula - Revista Eletrônica de Pesquisas em Apocalíptica Judaica e Cristã da Universidade Metodista de São Paulo, v.1, n.1, 2005. Disponível em:<https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/oracula/article/viewFile/5926/4796>. Acessado em: 06 abr. 2018.
OLIVEIRA, Pedro A. Ribeiro de. A teoria do trabalho religioso em Pierre Bourdieu. In: TEIXEIRA, Faustino (Org.). Sociologia da religião. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. p. 177-197.
ROSA, Claudia B. da. A Religião da Urbs. In: Silva, G. V.; Mendes, N. M.(orgs). Repensando o Império Romano: Perspectivas Socioeconômicas, Política e Cultural. Rio de Janeiro: Mauad; Vitória, ES: EUFES. 2006, p. 137-159.
WALTERS, James. Civic Identity in Roman Corinth and Its Impact on Early Christians. In: SCHOWALTER, D.N.; FRIESEN, S.J. (orgs.). Urban Religion in Roman Corinth: Interdisciplinary Approaches. Massachusetts, Harvard University Press, 2005. p. 397-418.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).