O ESVAZIAMENTO SIMBÓLICO DO CONCEITO DE TOLERÂNCIA NO CONTEXTO DO DIÁLOGO INTERRELIGIOSO: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA SOCIAL PARA OS TEMPOS DE ESPIRITUALIDADE LAICA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/rt.v4i1.42263

Palavras-chave:

tolerância, laicidade, pluralismo religioso, conflito religioso

Resumo

O conceito de tolerância, embora fundamental para se abordar as diferenças culturais, especialmente as religiosas, não se mostra suficiente para o avanço efetivo do diálogo produtivo, podendo, inclusive, trazer sombreamento às situações de conflito, mascarando discriminações em nome de um discurso de convivência. Identificando um esvaziamento simbólico do conceito de tolerância, este artigo aponta para a necessidade de novos termos no relacionamento entre partes em conflito. Partimos para a noção de promoção da interculturalidade na forma de reconhecimento da alteridade, através da prática da “solidariedade útil”, que acaba por colocar os atores do conflito em parceria em nome da causa que os perpassa publicamente.

Biografia do Autor

Clarissa De Franco, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP

Psicóloga, professora e pesquisadora, com dois doutorados: o primeiro em Ciência das Religiões pela PUC/SP (Bolsa FAPESP), e o segundo em Psicologia pela UCES, Argentina, em fase de finalização (aguardando defesa de tese), com Pós-Doutorado em Estudos de Gênero (UCES, Argentina) e Pós-Doutorado em Ciências Humanas e Sociais pela UFABC. É professora colaboradora da Pós-Graduação Lato Sensu em Educação em Direitos Humanos da UFABC e professora colaboradora do curso de Aperfeiçoamento em Plantão Psicológico da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Desenvolveu trabalho de pesquisa e docência nos Programas de Pós-Graduação em Ciências Humanas e Sociais e em Políticas Públicas da UFABC como Pesquisadora Doutora Colaboradora nos anos de 2015 e 2016. Atuou como docente na UNIFAI e nas Faculdades Anchieta, em disciplinas ligadas à Psicologia e Educação. Trabalha há oito anos como psicóloga técnica-administrativa concursada da Universidade Federal do ABC no setor de Políticas Afirmativas, com foco em Direitos Humanos, Saúde Mental, Gênero e Inclusão na Educação, tendo chefiado a Seção Psicossocial por dois anos. Atualmente, está à frente das ações de Direitos Humanos da Universidade. É psicóloga clínica de abordagem analítica ou junguiana, com trabalhos na interface entre gênero e Psicologia Analítica. É Promotora Legal Popular do município de São Bernardo do Campo, com experiência na proteção de vítimas de violência de gênero. Finalmente, também é colunista e colaboradora de várias mídias, como Folha de São Paulo, Revista Senso, Revista Contemporartes, Elas contra violência, e autora de artigos e livros. Nos últimos anos, suas linhas de pesquisa se centram na interface entre Educação, Direitos Humanos, Psicologia, Gênero e Religião.

 Fonte: http://lattes.cnpq.br/1392626370419775. Acesso em 29/01/2021

Referências

ADDIS, Adeno. (1997). “On human diversity and the limits of toleration. In:

SHAPIRO, Jan; KYMLICKA,Will. Ethnicity and group rights. New York: New York

Universities Press, p.113-153.

ADORNO, T.W. & HORKHEIMER, M. (1991). Dialética do Esclarecimento. Rio de

Janeiro: Jorge Zahar. (Trabalho originalmente publicado em 1944).

ADORNO, T.W.; FRENKEL-BRUNSWICK, E.; LEVINSON, D.J. y SANFORD, R.N.

(1982). The Authoritarian Personality. Nueva York: Norton. (Trabalho originalmente

publicado em 1950).

ALVARO, J. L. E. & SEVERIANO, M.F.V., (2003). Bases psicossociais da (in)

tolerância: Reflexões políticas. Psicologia Política, 3(5), 39-54

BOBBIO, Norberto. (1992). A era dos direitos. 12ª tiragem. Tradução de Carlos Nelson

Coutinho. Rio de Janeiro: Campus.

COX, Harvey. (1968), A cidade do homem: a secularização e a urbanização na

perspectiva teológica. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

FISCHMANN, Roseli. (2008). Ciência, tolerância e estado laico. Cienc. Cult. [online],

vol.60, n.spe1 [cited 2014-06-11], pp. 42-50 .

LOCKE, John. (2000). Carta sobre a tolerância. Lisboa: Edições 70. Originalmente

publicado em 1685.

MARCUSE, H. (1969). “Tolerancia represiva”. In: WOLFF, R.P., MOORE, B. y

MARCUSE, H. Crítica de la tolerancia pura. Madrid: Editora Nacional. 1977, pp. 75-

ONU. (1948), Universal Declaration of Human Rights. Versão original em inglês

Disponível em www.un.org/Overview/rights.html. Acesso em maio de 2014.

PADUA, Marcilio de. (1995). O defensor da paz. Petrópolis: Vozes.

PIERUCCI, Antonio Flavio. (2006). Estado laico, fundamentalismo e a busca da

verdade. In: MAIA, Monica; BATISTA, Carla. Estado laico e liberdades democráticas.

Recife: Articulação de Mulheres Brasileiras, Rede Nacional Feminista de Saúde, SOS

Corpo, Instituto Feminista para a Democracia.

TAYLOR, Charles (2010). Uma era secular. São Leopoldo: UNISINOS.

UNESCO. (1995). World Declaration of Principles on Tolerance. Disponível em

www.unesco.org/cpp/uk/declarations/tolerance.pdf]. Acesso em maio de 2014.

VOLTAIRE, François Marie Arouet. (1993). Tratado sobre a tolerância. São Paulo:

Martins Fontes. Originalmente publicado em 1763.

Downloads

Publicado

2015-07-26

Como Citar

Franco, C. D. (2015). O ESVAZIAMENTO SIMBÓLICO DO CONCEITO DE TOLERÂNCIA NO CONTEXTO DO DIÁLOGO INTERRELIGIOSO: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA SOCIAL PARA OS TEMPOS DE ESPIRITUALIDADE LAICA. Revista Relegens Thréskeia, 4(1), 84–95. https://doi.org/10.5380/rt.v4i1.42263

Edição

Seção

Seção Temática