TAI CHI CHUAN: O COMBATE AO DUALISMO PELA EXPERIÊNCIA MÍSTICA DO SAGRADO
DOI:
https://doi.org/10.5380/rt.v3i1.37701Palavras-chave:
Tai chi chuan, Alquimia, Sagrado, MísticoResumo
objetivo do artigo é demonstrar como o tai chi chuan, arte marcial chinesa voltada para o cultivo da energia interior (chi), pode ser compreendida como uma metáfora psíquica alquímica de unificação da dualidade a partir da replicação ritualística da cosmogonia chinesa implícita na técnica,proporcionando a reconexão do praticante com seu self. No Brasil é cada vez mais nítido o interesse pelo pensamento e a filosofia oriental expressado pelo fomento da prática no âmbito das políticas públicas de saúde e que decorre de uma preocupação em escala mundial com valores de cunho cada vez mais humanitários, ecológicos, anímicos, que paulatinamente insinuam-se em meio ao modus vivendi materialista. O tema foi desenvolvido a partir da revisão bibliográfica baseada principalmente nos conceitos da psicologia analítica de C.G. Jung e da noção de sagrado de M. Eliade. Conclui-se que o tai chi chuan é uma arte marcial que traz em seu bojo uma metáfora alquímica capaz de proporcionar o surgimento de um espaço psíquico e sagrado interno no praticante ocidental a partir da repetição dos movimentos, da vivência de sua circularidade e simbologia, reproduzindo o pensamento místico cosmogônico chinês de retorno ao seu princípio fundamental unificador de todas as coisas (Taiji).
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