A Textualidade do Espaço e do Tempo na Religião dos Orixás
DOI:
https://doi.org/10.5380/rt.v2i2.35571Palavras-chave:
Textualidade, Hermenêutica, Candomblé, XirêResumo
A ação humana no contexto das práticas religiosas é representativa de uma visão de mundo. Tal visão é mediada pelas relações simbólicas, das quais a religião se inclui; isso confere a emergência de uma textualidade concebida a partir de uma inter-relação sistêmico-fenomênica de significados. Nesse ínterim, abre-se um precedente metodológico que será aqui sustentado por meio de uma interpretação sobre as concepções hermenêuticas da filosofia de Paul Ricoeur (1913-2005). Tal respaldo terá o objetivo de construir uma abordagem epistêmica e metodológica que forneça algumas vias de entendimento para uma leitura sobre a religião do Candomblé. Partindo do princípio de que a construção dessa religião ocorre por meio da constituição de um texto dotado de pleno sentido e que se reproduz nas práticas, falas e ações, realizaremos a presente abordagem procurando desvendar a rede de significados contida nas expressões religiosas candomblecistas. Assim, faremos a leitura das múltiplas espacialidades e temporalidades presentes na referida religião, realizando, ao final, uma leitura específica sobre a festa no Candomblé
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