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Religião e Cultura: As Novas Formas de Viver a Religiosidade entre as Juventudes

Elizabet Terezinha Castman Nogoseke, Osnilda Maria de Souza

Resumo


Esse artigo se fundamente basicamente nas reflexões de Peter Berger e a sua teoria sociológica da religião. As ponderações do autor sobre a natureza da realidade social colocam a cultura e os processos de construções subjetivas e sociais do mundo, como a atividade humana objetivada em cada instituição (família, religião, governo, povos) e que por isso oferece ao ser humano um mundo para habitar. O sucesso da vida em sociedade depende da afirmação do referencial coletivo de plausibilidade, o que acontece pelo processo de socialização. A simetria entre a consciência individual e a consciência coletiva faz com que o indivíduo se reconheça como participante da sociedade e da cultura com seus modos de viver e seus valores. No desenvolver das culturas, as religiões tiveram grande influência, pois ofereciam um discurso de plausibilidade centrado no divino. O desenvolvimento das sociedades e as mudanças econômicas afetaram a relação das culturas e dos indivíduos com a religião. Uma vez enfraquecida a capacidade reguladora das religiões e os processos tradicionais de identificação, a mobilidade se instaura e a religião torna-se uma questão de escolha do indivíduo. A religião tem sim, um lado cultural, mas a religiosidade é parte integrante da essência humana. A religiosidade é um processo dinâmico que ajuda a refletir sobre os centros de valor e de poder que sustentam a vida. Ela antecede a religião e, por isso, não pode ser chamada de religião, transcende a religião e a fundamenta, mas nem por isso pode ser reduzida a mera infraestrutura subjetiva da religião objetiva, ela transcende o indivíduo e a própria sociedade.

Palavras-chave


Cultura; Ser humano; Sociedade; Religião; Religiosidade

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rt.v2i2.35570