RISCOS NATURAIS: CONCEITOS, COMPONENTES E RELAÇÕES ENTRE NATUREZA E SOCIEDADE
DOI:
https://doi.org/10.5380/raega.v40i0.45870Palavras-chave:
Risco natural, Desastre, Perigo, Vulnerabilidade.Resumo
Riscos e desastres naturais são termos que se tornaram comuns no meio científico e na sociedade como um todo. No entanto, persistem incongruências conceituais, provocando o surgimento de uma diversidade de definições. Tal problemática merece atenção dos pesquisadores, com intuito de aprimorar o emprego dos conceitos na literatura e nos mecanismos de gestão. O objetivo deste artigo é discutir a problemática explicitada ao apresentar as diferentes conceituações, percepções, elementos estruturantes e as relações que permeiam a formação dos riscos e desastres naturais. Também são apresentadas e discutidas as noções de perigo, vulnerabilidade e suscetibilidade. A investigação foi fundamentada na revisão da literatura contemporânea a respeito dos fenômenos tratados. Entende-se que o risco natural é uma situação probabilística que apenas pode ser compreendido quando analisado sob a ótica das inter-relações entre sociedade e natureza na formação de espaço de risco.
Referências
ABGER, W. N; BROOKS, N; BENTHAM, G; AGNEW, M; ERIKSEN, S. New indicators of vulnerability and adaptive capacity. Tyndall Centre for Climate Change Research, 2004.
ALMEIDA, L. Q. Por uma ciência dos riscos e vulnerabilidades na Geografia. Revista Mercator. Fortaleza, v.10, n. 23, p. 83-99, 2011.
______. Vulnerabilidade Socioambiental dos Rios Urbanos: bacia hidrográfica do rio Maranguapinho, Região Metropolitana de Fortaleza, Ceará. Rio Claro: UNESP, 2010. 278 p. Tese de Doutorado – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2010.
ANTUNES, B. P. Manual de Direito Ambiental: para cursos universitários com provas de concurso. Rio de Janeiro: Ed. Lumen Juris, 2008.
BECK. U. La sociedade del riesgo: hacia uma nueva modernidade. Ediciones Paidóns: Barcelona, 2006.
BRASIL. Lei n° 12.608, de 10 de abril de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC; dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC e dá outras providências. Diário Oficial da União, DF, 10 de abr. de 2012a.
______. Instrução Normativa n° 1, 24 de agosto de 2012. Estabelece procedimentos e critérios para a decretação de situação de emergência ou estado de calamidade pública pelos Municípios, Estados e pelo Distrito Federal, e para o reconhecimento federal das situações de anormalidade decretadas pelos entes federativos e dá outras providências. Diário Oficial da União, DF, seção 1, p. 30-39, 30 de ago. de 2012b.
CARDONA, O. D. The need for rethinking the concepts of vulnerability and risk from a holistic perspective: a necessary review and criticism for effective risk management. In: BANKOFF, G; FRERKS, G; HILHORST, D. (Eds.). Mapping vulnerability: disasters, development, and people. London: Earths can Publications, p. 37-51, 2004.
CARDOSO, A. L. Desigualdades urbanas e políticas habitacionais socioeconômicas. Rio de Janeiro: UFRJ. Disponível em: . Acessado em: out., 2011.
CASTRO, S. D. A. Riesgos y peligros: una visión desde lá Geografía. Scripta Nova, Barcelona, n. 60, 2000.
CASTRO, A. L. C; MOURA, A. Z. B; CALHEIROS, L. G. Glossário de Defesa Civil Estudos de Riscos e Medicina de Desastres. Brasília: MIN, 5 ed., 2004.
CASTRO, C. M; PEIXOTO, M. N. O; DO RIO, G. A. P. Riscos ambientais e geografia: conceituações, abordagens e escalas. Anuário do Instituto de Geociências, Rio de Janeiro, v. 28, n. 2, p. 11-30, 2005.
CENTRE FOR RESEARCH ON THE EPIDEMIOLOGY OF DISASTERS – CRED. The International Disasters Database – EM-DAT. Disponível em: < www.emdat.be/about>. Acessado em: 14 de mar. de 2016.
CERRI, L. E. S; AMARAL, C. P. Riscos Geológicos. In: OLIVEIRA, A. M. S; BRITO, S. N. A. (Org.). Geologia de Engelharia. São Paulo: ABGE, cap. 18, 1998.
CLAUDINO-SALES, V. Geografia, Sistemas e Análise Ambiental: abordagem crítica. Revista GEOUSP: Espaço e Tempo, São Paulo, n. 16, p. 125-141, 2004.
DAUPHINÉ, A. Risques et Catastrophes. Observer-Spatialiser-Comprendre-Gérer. Paris: Armand Colin, 2001.
DESCHAMPS, M. V. Vulnerabilidade Socioambiental na Região Metropolitana de Curitiba. Curitiba: UFPR, 2004. 155p. Tese de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2004.
GRIGIO, A. M. Aplicação de Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informação Geográfica na Determinação da Vulnerabilidade Natural e Ambiental do Município de Guamaré / RN: simulação de risco das atividades da indústria petrolífera. Natal: UFRN, 2003. 222 p. Dissertação de Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2003.
JULIÃO, R. P; NERY, F; RIBEIRO, J. L; BRANCO, M. C; ZÊRERE, J. L. Guia metodológico para a produção de cartografia municipal de risco e para a criação de sistemas de informação geográfica (SIG). Lisboa: Autoridade Nacional de Protecção Civil, 2009.
KAZTMAN, R; FILGUEIRA. C. Marco conceptual sobre activos, vulnerabilidad y estructura de oportunidades. Montevideo, PNUD, 2009.
KERVERN, G. Y. Elementos Fundamentais das Ciências Cindínicas. Lisboa: Instituto Piaget, 1995.
KOBIYAMA, M; MENDONÇA, M; MARCELINO, I. P. V. O; MARCELINO, E. V; GONÇALVES, E. F; BRAZETTI, L. L. P; GOERL, R. F; MOLLERI, G. S. F; RUDORFF, F. M; MOLLERI, G. S. F. Prevenção de Desastres Naturais: conceitos básicos. Florianópolis: Organic Trading, 2006.
KOWARICK, L. Viver em risco: sobre a vulnerabilidade no Brasil urbano. Novos Estudos, Cebrap, n. 63, p. 9-30, 2002.
MARANDOLA JR, E. Habitar em risco: mobilidade e vulnerabilidade na experiência metropolitana. São Paulo: Blucher, 2014.
MARANDOLA JR, E; HOGAN, D. J. Natural Hazards: o estudo geográfico dos riscos e perigos. Revista Ambiente & Sociedade. Campinas, v. 7, n. 2, 2004.
MARTINS; R. D; FERREIRA, L. C. Vulnerabilidade, adaptação e risco no contexto das mudanças climáticas. Revista Mercator. Fortaleza, v. 11, n. 26, p. 237-151, 2012.
MENDONÇA, F. Geografia Socioambiental. Revista Terra Livre, São Paulo, n.16, p.139-158, 2001.
_____. Geografia socioambiental. In: MENDONÇA, F; KOZEL, S. (Org.). Elementos de epistemologia da geografia contemporânea. Curitiba: Ed. da UFPR, 2002.
_____. Riscos, vulnerabilidade e abordagem socioambiental urbana: uma reflexão a partir da RMC e de Curitiba. Revista Desenvolvimento e Meio Ambiente, n. 10, p.139-148, 2004.
_____. Riscos e Vulnerabilidades Socioambientais Urbanos: a contingência climática. Revista Mercator, Fortaleza, v. 9, n. 1, p. 153-163, 2010.
MONTEIRO, C. F. A. Clima e excepcionalismo: conjecturas sobre o desempenho da atmosfera com fenômeno geográfico. Florianópolis: Editora da UFSC, 1991.
OLÍMPIO, J. L. S; ZANELLA, M. E. Emprego da Tecnologia da Geoinformação na determinação das vulnerabilidades natural e ambiental do município de Fortaleza / CE. Revista Brasileira de Cartografia, Rio de janeiro, n. 64, p. 1-12, 2012.
OLIVEIRA, S. Política e resiliência – apaziguamentos desentendido. Ecopolítica, v. 4, p. 105-129, 2012.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1992. Acessado em: . Acessado em: 09 de jul. 2015.
REBELO, F. A. teoria do risco numa perspectiva geográfica. Cadernos de Geografia, n. 18. Coimbra, p. 03-13, 1999.
RODRIGUES, A. M. Manejo Integrado, risco e vulnerabilidade social: evitar tragédias, corrigir problemas? In: PINHEIRO, D. R. C. (Org.). Desenvolvimento Sustentável: desafios e discursões. Fortaleza: ABC Editora, 2006.
ROMERO, G; MASKREY, A. Cómo entender los desastres naturales. In: MASKREY, A. (Comp.). Los Desastres no son Naturales. La Red/ITDG, Colombia, p. 1-7, 1993.
ROSS, J. L. S. Análise Empírica da Fragilidade dos Ambientes Naturais e Antropizados. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, v. 8, p. 63-74, 1994.
SANTOS, J. O; ROSS, J. L. S. Fragilidade Ambiental Urbana. Revista Mercator, Fortaleza, v. 8, n. 10, p. 127-144, 2012.
SANTOS, R. F; CALDEYRO, V. S. Paisagens, Condicionantes e Mudanças. In: SANTOS, R. F. (org.). Vulnerabilidade Ambiental: desastres ambientais ou fenômenos induzidos?. Brasília: MMA, 2007.
SOUZA, L. B; ZANELLA, M. E. Percepções de Riscos Ambientais: teorias e aplicações. Fortaleza: Edições UFC, 2009.
THOURET, J. C. Avaliação, prevenção e gestão dos riscos naturais nas cidades da América Latina. In: VEYRET, Y (org.). Os Riscos: o homem como agressor e vítima do meio ambiente. São Paulo: Contexto, p. 83-112, 2007.
TOMINAGA, L. K. Desastres Naturais: por que ocorrem? In: TOMINAGA, L. K; SANTORO, J; AMARAL, R. Desastres Naturais: conhecer para prevenir. São Paulo: Instituto Geológico, cap. 1, 2009.
TRICART. J. Ecodinâmica. Rio de Janeiro: IBGE, 1977.
TUAN. Y. Paisagens do medo. Tradução de Lívia de Oliveira. São Paulo: Ed. UNESP, 2005.
UNITED NATIONS - UN; INTERNATIONAL STRATEGY FOR DISASTER REDUCTION – ISDR. Living with Risk: a global review of disaster reduction initiatives. ONU, 2004.
VEYRET, Y; RICHMOND, N. M. O risco, os riscos, In: VEYTET, Y (Org.). Os riscos: o homem como agressor e vítima do meio ambiente. São Paulo: Contexto, 2007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Declaro que o ARTIGO submetido é INÉDITO, ORIGINAL e de MINHA RESPONSABILIDADE. Declaro que o artigo não foi submetido ou está em avaliação em outra revista/periódico.
Estou ciente dos itens presentes na LEI Nº 9.610/98 (DIREITOS AUTORAIS) e me responsabilizo por quaisquer problemas relacionados a PLÁGIO.
Estou ciente de que o artigo submetido poderá ser removido da Revista, caso se observe A QUALQUER TEMPO que ele se encontra publicado integralmente ou em parte em outro PERIÓDICO científico.
Declaro, COMO PRIMEIRO AUTOR, que os demais autores do trabalho estão cientes desta submissão e de que NÃO receberão qualquer tipo de remuneração pela divulgação do trabalho.
Como primeiro autor, autorizo, de antemão, a RA’E GA - O Espaço Geográfico em Análise(ISSN 2177-2738), a publicar o artigo, caso aceito.