Determinações do suicídio de trabalhadores do agronegócio na região da Bacia do Rio Juruena, Mato Grosso
DOI:
https://doi.org/10.5380/riep.v26i2.87252Palavras-chave:
Saúde do Trabalhador, Suicídio, AgronegócioResumo
Esta pesquisa tem como objetivo analisar as determinações sociais dos suicídios de trabalhadores e trabalhadoras do agronegócio mato-grossense. Destaca-se o suicídio como sintoma da organização social em territórios dominados pela exploração humana e exposição ambiental do agronegócio a partir de autores como Marx e Breilh. Foi realizada uma pesquisa social quanti-qualitativa em três cidades da região noroeste, um dos pólos de produção de commodities do estado. Para a coleta dos dados foi desenvolvido um inquérito de morbidades autoreferidas, aplicado à 1.384 famílias de trabalhadores das três cidades, em seguida, foram feitas entrevistas para reconstituir o estado de saúde física/mental, as relações sociais, de trabalho e demais circunstâncias motivadoras do suicídio por meio de autópsia psicossocial. Foram identificados 16 casos de suicídio ocorridos entre 2000 e 2017, e a maioria envolveu trabalhadores agrícolas ligados às fazendas de produção de soja, milho e algodão. A análise das entrevistas demonstrou aspectos socioeconômicos, laborais, políticos, culturais e socioambientais como determinação desses casos. O estudo contribui para fazer avançar as estratégias de prevenção e de Vigilância em Saúde dos trabalhadores, que incidam nas fontes das exposições aos agrotóxicos e os vários aspectos identificados que compõem as determinações sociais dos casos de suicídio, ampliando a atenção aos múltiplos fatores destes eventos.
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