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Elaborações em retrospectiva: afeto deprimido na gestação e posterior separação

Mariana Reis Barcellos, Rebeca Nonato Machado, Terezinha Féres-Carneiro

Resumo


Este artigo é fruto de uma pesquisa mais ampla sobre separação ocorrida durante a transição para a parentalidade a partir da vivência feminina. Teve como objetivo investigar os afetos vivenciados durante a gestação por mulheres que, posteriormente, se separaram. Como referencial teórico, nos embasamos na psicanálise, na abordagem sistêmica e em estudos psicossociais, de modo a abarcar o fenômeno em suas dimensões psicodinâmicas, relacionais e sociais. Foram realizadas 12 entrevistas, que tiveram como base um roteiro oculto semiestruturado, com mulheres das camadas médias da população carioca, entre 30 e 40 anos de idade que se separaram há, no mínimo, dois anos, no período de zero a dois anos de idade do primeiro filho. Os resultados evidenciaram a presença de tristeza e rejeição das participantes em relação à gestação e à relação conjugal. Observamos que a depressão gestacional foi vivenciada por muitas delas, havendo um luto intenso relacionado à passagem da mulher-filha para a mulher-mãe, concomitantemente ao luto pela conjugalidade posteriormente desfeita.

Palavras-chave


Gravidez, depressão, transição para a parentalidade e separação conjugal.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/riep.v25i2.72113