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Estereótipos de pessoas com deficiência: competência versus cordialidade na questão das cotas

Maristela Ferro Nepomuceno, Maria Nivalda de Carvalho-Freitas

Resumo


A Lei de Cotas em concurso público promove a inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, buscando minimizar desigualdades historicamente construídas. Para a compreensão desse fenômeno, esse estudo buscou compreender a percepção de servidores públicos a respeito da Lei de Cotas para as pessoas com deficiência e os estereótipos atribuídos a elas. Foram analisadas 44 entrevistas com funcionários de uma organização pública através da análise de conteúdo e da teoria do Modelo de Conteúdo de Estereótipo (MCE). Os resultados mostraram que, apesar da predominância de concordância com a Lei de Cotas, ainda podem ser identificadas críticas à reserva de vagas, atribuindo a essa ação a pena de violação do princípio da isonomia e de privilégio. As pessoas com deficiência passam a ser vistas como ameaças para algumas pessoas, o que pode ser interpretado como uma alteração das dimensões sociais do MCE mudando de alta cordialidade e baixa competência para baixa cordialidade e baixa competência. Esses resultados indicam a importância de ampliar ações organizacionais, adicionais ao cumprimento da Lei, com vistas a minimizar as exclusões sociais. Limites da pesquisa e possibilidades de contribuição para a ampliação do conhecimento e para a prática também são discutidos.

Palavras-chave


estereótipos; pessoa com deficiência; lei de cotas; cordialidade; competência.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/riep.v25i1.71219