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AS PREFEITAS EM PERSPECTIVA: REPRESENTATIVIDADE FEMININA NA POLÍTICA PARAIBANA

Dayanny Rodrigues

Resumo


Consolidado o direito institucional do voto feminino a mais de oito décadas, ainda nos deparamos com uma reduzida representatividade das mulheres na política partidária, se comparado ao número de homens presentes no mesmo espaço. Estudos recentes como os de Avelar (2001), Garcia (2005), Rabay e Carvalho (2010), apontam um aumento da participação feminina na política eleitoral, principalmente a partir da década de 1980. Dentre as esferas institucionais da política, a municipal é aquela que apresenta o quantitativo mais elevado da representatividade feminina. Por diversos fatores o poder municipal se mostra mais acessível às mulheres. Dialogando com uma nova perspectiva de História Política, compreende-se que falar sobre as prefeitas, seja em âmbito nacional, regional ou local, se configura como algo desafiador e necessário na conjuntura atual. A Paraíba, estado brasileiro que proporcionalmente elegeu o maior número de mulheres nas eleições municipais de 2012, carrega em sua trajetória política, aspectos singulares. Dessa forma, este estudo tem por objetivo analisar a representação feminina no executivo municipal paraibano, tendo como base as prefeitas eleitas nas eleições de 2008 e 2012 respectivamente, pontuando aspectos que demonstram permanências de práticas e características políticas, assim como novidades portadas por algumas delas. Para a análise, foram utilizados dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral e Tribunal Regional Eleitoral, bem como uma releitura da bibliografia produzida sobre o tema. Para pensar essa representação, buscou-se responder alguns questionamentos, tais como: quem foram as prefeitas da Paraíba eleitas nos dois pleitos estudados? Quais as características socioeconômicas e demográficas dos municípios que as elegeram? Quais os seus partidos? Quais suas relações de parentesco? Qual a faixa etária e grau de escolaridade delas? Quais as experiências anteriores à política? Após as análises, observou-se que o quadro de gestoras é composto majoritariamente por mulheres com faixa etária acima dos 30 anos de idade, não ultrapassando os 60, maioria casada e possuidora de ensino superior completo. Destaca-se também que as mesmas governam, em especial, municípios menos desenvolvidos economicamente, emancipados recentemente, e com uma população inferior a 10.000 habitantes, tendo a maioria sido eleitas por partidos de direita e do centro.


Palavras-chave


Representatividade; Mulher; Política Partidária.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/recp.v7i1.45261