A Revista Eletrônica de Ciência Política, busca publicar estudos sobre o fenômeno da política que partam de diferentes perspectivas teóricas e metodológicas e que tenham em comum o compromisso com o rigor metodológico e a capacidade de estimular a pesquisa na área.
Adotamos dupla avaliação as cegas (double blind review), e solicitamos a avaliação de no mínimo dois pareceristas antes de tomar uma decisão sobre a publicação. Buscamos devolver uma resposta aos autores dentro de um prazo de no máximo 4 meses.
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
O primeiro entrevistado foi o ex aluno de mestrado Icaro Engler. Quando perguntado sobre o processo de criação da RECP, Icaro nos disse o seguinte: "A minha turma foi a primeira turma de mestrado. Antes nem tinha a pós graduação em CP na UFPR. Lá em 2009, já no primeiro ano, eu e a Giovana Bonamim tivemos a ideia de montar uma revista de pós graduandos direcionada a publicação dos alunos. Foi um começo bem duro, porque a gente não tinha ideia do que fazer. Neste momento, os professores nos ajudaram muito, especialmente o professor Adriano. Aí começamos a pensar a revista, as seções, como seria. A dica do nome foi o Adriano que deu. Então fomos juntando os alunos pra fazer a coisa acontecer. Em 2010 lançamos o primeiro número."
Ele respondeu: "No começo eu acho que dava umas 5 pessoas, entre diagramação, editores, corretores ortográficos. Era uma equipe de alunos que acreditavam na ideia. Mas logo em seguida a criação tivemos um problema de continuidade. Principalmente porque o mestrado é muito rápido e ainda não tinha doutorado na UFPR. Então todo mundo foi pra outro lugar, inclusive eu e a Giovana. Ela foi pra Argentina e eu fui pra UFRGS, isso em 2011, aí eu tentei me manter a frente da revista como editor ainda, mas não tinha mais condições, foi então que eu passei a bola para o Márcio Carlomagno e José Augusto Hartmann. Foi uma baita ideia lá no começo. "
Era uma noite de sábado em 2013, se não me engano, e recebi uma ligação de meu amigo Márcio Carlomagno. Desde quando iniciamos o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFPR, no início daquele ano, havíamos esticado os olhos para um periódico, aparentemente, abandonado. O coordenador do Programa na ocasião, o professor Emerson Cervi, havia corroborado nossa impressão – o Ícaro Engler e a Giovana Bonamin haviam terminado seu mestrado em 2011 e desde então a revista estava sem atualização.
Naquela noite, o Márcio me contou que fez contato com esses antigos editores que, não apenas reafirmaram que a revista estava sem atualização, mas, concordavam em passar os dados de acesso para caso outras pessoas do Programa quisessem dar continuidade ao projeto.
Assim fizemos. Conversamos com a professor Cervi e com os demais colegas do Programa. Em 2014 passaríamos a tocar a RECP e pretendíamos que não houvessem mais interrupções, para o quê concordamos em sempre convidar alunos das novas turmas – e estimular que o mesmo fosse feito por eles – para a editoria.
Alguns de nossos colegas aceitaram o desafio e acabamos por nos organizarmos do seguinte modo: Eu e o Márcio ficamos na editoria-executiva e o Diego Silveira Coelho Ferreira, o Eric Gil Dantas, a Flávia Bozza Martins, a Jaqueline da Silva Borges, a María Alejandra Nicolás e a Paula Matoski Butture estariam nas demais editorias, contemplando algumas das diversas áreas de estudo na Ciência Política, como o estudo de elites, das relações internacionais, da relação entre a economia e a política, da burocracia e a política, das instituições, etc. Os editores anteriores e os professores do Programa foram convidados a comporem o quadro consultivo do periódico.
Contudo, haviam alguns problemas a serem resolvidos inicialmente. Primeiramente, haviam artigos já submetidos à revista e sem tratamento e, em segundo lugar, tínhamos uma lacuna de publicação – nosso objetivo era manter duas publicações anuais – entre 2011 (data da última publicação sob a edição do Ícaro Engler e da Giovana Bonamin) e 2014, quando iniciaríamos todo o processo por nossa exclusiva responsabilidade. Além disso, percebemos a necessidade de divulgarmos mais a revista para leitores e pessoas interessadas em publicar artigos científicos de Ciência Política, indexar o periódico em mais plataformas e, por fim, criar um banco de possíveis pareceristas.
Para resolver os dois primeiros problemas, contactamos aqueles que haviam submetido os artigos sem avaliação ou editoração entre 2011 e 2013, perguntando se mantinham interesse em passar pela avaliação de pareceristas e, então, possivelmente publicar. Também abrimos um edital chamando para a publicação de uma edição especial de 2013. Por sorte, no final de julho e início de agosto daquele ano ocorreu o III Fórum Brasileiro de Pós-Graduação em Ciência Política na UFPR. Assim, nos posicionamos nos diversos Grupos do Fórum e convidamos os trabalhos que achávamos relevantes para submeterem à RECP. As edições de 2012 e 2013 (volumes 3 e 4) saíram com os números 1 e 2 conjuntamente.
Tivemos um ótimo retorno de pareceristas, que nos ajudaram imensamente no objetivo de desenvolver um trabalho sério e contínuo. Conseguimos indexar a revista em novas plataformas, como o Portal de Periódicos da Capes e o Diadorim. Ainda em 2014 passou a integrar a editoração a Karolina Mattos Roeder e em 2015 uma nova equipe já dava prosseguimento no projeto. Desde então, vejo cada nova publicação da RECP ano a ano. Já pude publicar alguns artigos na revista e aguardo a publicação de mais um em breve.
Lembro-me daqueles dias de 2013 como se fossem hoje. Nossas reuniões de editoria, nossa esperança com o futuro da revista. Não apenas saudades daqueles dias, mas sinto, também, muito orgulho de todas as pessoas que se envolveram nesse projeto que a fez chegar em seus primeiros 10 anos de um papel relevante na divulgação da pesquisa acadêmica de Ciência Política no Brasil.
Estive à frente da revista, como editor-chefe (junto com o José Augusto Hartmann) entre 2013 e início de 2015. Quando nossa turma entrou no mestrado, soubemos (pelo Renato e pelo Adriano) do projeto da Revista, que estava parada há mais de um ano. Nós lançamos uma edição retroativa, de 2012, para não deixar lacuna nas publicações e retomamos as publicações regulares a partir de 2013, com 2014 como o melhor ano daquela "safra".
Eu me afastei da revista em março de 2015, quando terminei meu mestrado, ocasião em que a Karol Roedder assumiu. No ano seguinte eu entrei no doutorado (que defendi ano passado), mas aí já estava focado em outros projetos, pesquisas, e já havia outra editoria à frente da revista, então não me envolvi novamente.
Foi a nossa equipe que "resgatou" a revista. Deu bastante trabalho nos primeiros meses, sobretudo a tarefa de divulgação, para receber submissões de bons artigos, aceitáveis.
Mas foi uma grande honra! Um período que guardo com muito carinho no coração. A tarefa de editoria, a responsabilidade de distinguir conteúdo publicável ou rejeitar a publicação de alguém, certamente colaborou muito com a formação acadêmica.
Naiara Sandi de Almeida Alcantara
LINHA DO TEMPO DOS EDITORES-CHEFES
2010, 2011: Giovana Bonamim e Icaro Engler
2012, 2013, 2014: Márcio Cunha Carlomagno e José Augusto Hartmann
2014: Márcio Cunha Carlomagno, José Augusto Hartmann e Karolina Mattos Roeder
2015: Fabrícia Almeida Vieira e Mariel Ramos
2015: Fabrícia Almeida Vieira
2016: Camila Mont’Alverne, Giulia Sbaraini Fontes e Thais Madeira Filipi.
2017: Camila Mont'Alverne e Giulia Fontes
2018, 2019: Flávia Roberta Babireski
2020, 2021: Naiara Sandi de Almeida Alcantara
2022: Dayane Muhlbeier Saleh