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O Estado em Schopenhauer e o reino dos fins kantiano

Vinícius Schueda Ramos

Resumo


Expomos o conceito kantiano de reino dos fins como um ideal prático que estabelece um horizonte a ser buscado. Este conceito seria um ponto de referência que podemos nos utilizar para nos adequarmos e, pouco a pouco, através de uma ligação sistemática entre seres racionais, comparar ao progresso que fizemos nas tentativas consecutivas de implementá-lo no cotidiano societário. O horizonte apontado pelo conceito possui como motor e chave para sua realização a boa vontade dos indivíduos, que determinada pela razão será traduzida em leis comuns e universais, asseguradas pelo Estado, para superar a contingência da subjetividade. Já em Schopenhauer, vemos que a vontade livre e eterna não pode ser modificada e tampouco transformada por meio de influências externas. A vontade, aqui, expõe uma autoafirmação que pode negar a que se apresenta no outro, e isto lhe ser conveniente, o que caracteriza a injustiça. Todavia, a razão é capaz de fazer um sopeso e reconhecer que isto é um gozo muito restrito diante da dor que teria ao sofrer uma injustiça. Nesse processo, vai-se paulatinamente abandonando o egoísta ponto de vista particular e adquirindo o ponto de vista de um egoísmo universal, comum, de onde emergirá o Estado para Schopenhauer. Será a partir da exposição desses conceitos nos dois autores que, então, iremos apontar algumas conclusões de suas diferenças e semelhanças.


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Referências


DURANTE, Felipe dos Santos. Arthur Schopenhauer e a Tradição Jusnaturalista Moderna. Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, v. 2, n. 1, p. 108-118, jun. 2011. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/34116. Acesso em: 9 mar. 2020.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. In: Os Pensadores, vol. Kant. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

RAWLS, John. História da filosofia moral. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação, 1º tomo. Tradução, apresentação, notas e índices de Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2005.




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/petfilo.v18i1.74007

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