Condições de um formalismo musical contemporâneo
DOI:
https://doi.org/10.5380/mp.v3i2.21987Palavras-chave:
cognição musical, formalismo musical, sintaxe musical, análise musical, memória.Resumo
O artigo enfoca as principais questões que estiveram na base da constituição do formalismo musical emergente na segunda metade do século XIX, e desenvolve uma sucinta revisão da progressiva migração dessas teorias para o domínio da teoria da percepção e da psicologia cognitiva, transformando-se num dos tópicos centrais da pesquisa musical em ciência cognitiva contemporânea. A motivação deste estudo é ressaltar o flagrante desacordo entre o discurso analítico estruturalista, fortemente apoiado na idéia de autonomia do texto musical escrito e nas coerências formais que este pode revelar, e as preocupações dos precursores do formalismo musical, que sem exceção apontaram na direção de questões intimamente ligadas à experiência perceptiva do ouvinte. Pretende-se, portanto, contribuir com a fundamentação de um projeto de entendimento musical, que se prescindir dos recursos das técnicas sintáticas, deve se radicar na pesquisa dos modos de percepção da forma e dos sentidos advindos desses processos.