Bruxas e plantas: alianças, rituais e rebelião biopolítica?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/dma.v62i0.82025

Palavras-chave:

agência, saúde, neomaterialismo, territorialização, mulheres

Resumo

O artigo mostra como as interações entre pessoas e plantas são conexões importantes para entender as experiências sociomateriais contemporâneas. Experimentando com uma abordagem pós-cognitiva e orientada aos atores, reconhecemos processos de auto-organização e existências territoriais semiautônomas. O caso etnográfico estendido revela a aliança entre mulheres e plantas medicinais no Sul do Brasil. Processos de individualização, singularização e emaranhados de práticas sociomateriais nos permitem estudar as Bruxinhas de Deus e suas farmacinhas caseiras. O preparo, uso e distribuição de remédios reterritorializa os cuidados em saúde. Isto nos leva a sugerir que, em partes do Brasil rural, emergem espaços liminares de rebelião biopolítica, identificados por transgressões à privatização da vida. O colapso da separação entre as existências biológica, política e não-política na vida territorial; e as corporalizações disruptivas, finalmente, revelam novas configurações transindividuais para além da esfera familiar.

Biografia do Autor

Flávia Charão-Marques, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS

Doutora em Desenvolviento Rural, Professora Associada, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural, Coordenadora do Grupo de Pesquisa Inovação, Sociedade e Eco-territorialidades, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Alberto Arce, Wageningen University & Research (WUR), Wageningen, Gelderland. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS.

PhD Sociology, Professor Emérito, Sociology of Development and Change Group, Wageningen University; Professor Visitante, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Publicado

2023-10-07

Como Citar

Charão-Marques, F., & Arce, A. (2023). Bruxas e plantas: alianças, rituais e rebelião biopolítica?. Desenvolvimento E Meio Ambiente, 62. https://doi.org/10.5380/dma.v62i0.82025